Em assembleia na noite de quinta-feira (22), os trabalhadores dos Correios decidiram encerrar a greve da categoria, iniciada no dia 7 de agosto. Os trabalhadores aprovaram a nova proposta da empresa, mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), considerando que houve consideráveis avanços em relação à proposta inicial apresentada pela direção da ECT, fruto da mobilização e paralisação da categoria.
De acordo com a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios (FINDECT), que liderou o movimento, a mediação do TST, solicitada pela entidade devido à intransigência da direção da ECT, “foi positiva”. Fazendo um balanço do movimento, a federação avalia ainda que, não fosse a quebra da unidade por uma outra “federação” que optou por não participar da luta, “com certeza os avanços conquistados na mediação do TST seriam maiores”.
“Saímos de cabeça erguida, moralmente vencedores, cientes de que fizemos nossa parte e conseguimos uma melhoria na proposta da empresa aceita pelos dirigentes sindicais que sentaram no colo da direção da empresa e não realizaram greve. Na base de São Paulo a participação foi espetacular. Até companheiros que nunca haviam participado de uma greve entraram na luta deste ano”, comemora a FINDECT.
Durante a assembleia, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo e vice-presidente da FINDECT, Elias Diviza, parabenizou os trabalhadores “que se uniram ao Sindicato e aos seus companheiros de trabalho e participaram de mais essa grande luta dessa categoria guerreira e vencedora! Juntos estaremos cada dia mais fortes!”, disse.
Entre as principais conquistas da categoria, a FINDECT enumera a redução do prazo para a apresentação do relatório final sobre o plano de saúde, de 90 para 60 dias. Segundo a entidade, “com essa conquista, as mudanças necessárias no plano de saúde poderão ser implementadas mais rapidamente, trazendo benefícios com maior agilidade para os trabalhadores”.
Outros avanços foram: antecipação de R$ 1.000,00 referente ao Vale Perú para setembro, com o saldo restante de R$ 1.500,00 a ser pago até o quinto dia útil de janeiro de 2025; ajustes na cláusula da gratificação de férias para incluir que o cálculo incidirá também sobre abonos e que não haverá prejuízos nas ações judiciais em andamento movidas pelos sindicatos, que reivindicam o pagamento retroativo dessa gratificação; além de zero descontos dos dias parados e compensação apenas até zerar a carga postal na unidade do empregado.
Outra conquista importante foi a garantia de cumprimento da cláusula do ACT de contratações via concurso público em dezembro de 2024. “Este compromisso é fundamental para a recomposição do quadro de pessoal nos Correios, melhorando as condições de trabalho e a qualidade dos serviços prestados”, avalia a entidade.