Em julho, taxa média para pessoa física subiu para 116,29% ao ano, enquanto para pessoa jurídica atingiu 54,29%, aponta ANEFAC
Os juros cobrados às pessoas físicas e jurídicas voltaram a subir em julho, segundo pesquisa da Associação Nacional de Executivos (ANEFAC), após doze meses consecutivos em queda acompanhando a redução a conta-gotas da taxa básica de juros da economia (SELIC).
Segundo Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo da entidade, essas elevações ocorreram após o Banco Central ter interrompido a redução da Selic e sinalizado que a taxa deve permanecer nos atuais 10,50% ao ano nos próximos meses.
De acordo com a ANEFAC, a taxa de juros média geral para pessoa física subiu de 115,08% ao ano em junho/2024 para 116,29% ao ano em julho/2024, “sendo esta a maior taxa de juros desde abril/2024”.
Foram analisadas seis linhas de crédito: juro do comércio, cheque especial, cartão de credito rotativo, cdc-bancos-financiamento de veículos, empréstimo pessoal-bancos e empréstimo pessoal financeiras.
Para a pessoa jurídica, a taxa de juros média geral passou de 53,76% ao ano em junho/2024 para 54,29% ao ano em julho/2024, “sendo esta a maior taxa de juros desde abril/2024”. Foram analisadas três linhas de crédito – capital de giro, desonto de duplicatas e conta garantida.
Nas duas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central, a SELIC foi mantida em 10,50%, com o Brasil entre os países com uma das maiores taxas de juro real (descontada a inflação) do planeta, elevando o custo do crédito às empresas e às famílias, restringindo os investimentos e o consumo. Como diz a Confederação Nacional da Indústria, “impondo severas restrições à atividade econômica brasileira”.
De acordo o presidente da CNI, Ricardo Alban, “a retomada nos cortes da Selic é fundamental para a redução do custo financeiro suportado pelas empresas, que se acumula ao longo das cadeias produtivas, e pelos consumidores. Caso contrário, seguiremos penalizando não só a economia brasileira, mas, principalmente os brasileiros, com menos empregos e renda”.
A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 17 e 18 de setembro. E segue a pressão do mercado financeiro e seus porta-vozes para que o BC aumente os juros para não colocar “em risco” os seus ganhos, que só nos últimos doze meses ultrapassaram a cifra de R$ 830 bilhões só com pagamento de juros da dívida pública.
A Anefac faz uma comparação Taxa de juros x Selic:
“Considerando todas as elevações e reduções da taxa básica de juros (Selic) promovidas pelo Banco Central desde janeiro/2021, tivemos neste período (janeiro/2021 a julho/2024) uma elevação da Selic de 8,50 pontos percentuais (elevação de 425,00%) de 2,00% ao ano em janeiro/2021 para 10,50% ao ano em julho/2024.
Nesse período, a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma elevação de 23,70 pontos percentuais (elevação de 25,60%) de 92,59% ao ano em janeiro/2021 para 116,29% ao ano em julho/2024.
Nas operações de crédito para pessoa jurídica houve uma elevação de 13,09 pontos percentuais (elevação de 31,77%) de 41,20% ao ano em janeiro/2021 para 54,29% ao ano em julho/2024.”