Não há razões para acreditar que a taxa básica de juros a 6,5% surte qualquer efeito positivo na economia. Primeiro porque ela se mantém como uma das mais altas taxas do mundo enquanto a média dos demais países é zero. Segundo porque os bancos continuam se comportando como agiotas na hora de cobrar juros para operações de crédito.
Dados do Banco Central divulgados na terça-feira (25) mostraram que a média cobrada pelas instituições financeiras em juros do rotativo do cartão de crédito voltou a subir em agosto, de 271,4% para 274% ao ano em agosto.
Já a taxa de juros do cheque especial permaneceu em absurdos 303,2%.
Enquanto isso, em países como os Estados Unidos e Portugal a taxa anual do rotativo do cartão de crédito não ultrapassa 30% – segundo dados dos bancos centrais de 2018. A diferença também é gritante entre países latino-americanos e México: a Argentina, em segundo lugar no ranking, tem cobrança média de 53,20%, ou seja, cinco vezes menor do que é cobrado no Brasil.
LUCRO DOS BANCOS
Não é a toa que no segundo trimestre deste ano os quatro maiores bancos do país tiveram lucros recordes, com crescimento geral de 17% sobre o mesmo período de 2017. São esses bancos que também detém praticamente um monopólio de operações bancárias, aproximadamente 78% das operações de crédito e 76% dos depósitos.