Os elevados preços da insulina nos EUA estão levando os diabéticos e suas famílias a situações extremas, a exemplo de Alex Smith, que morreu 27 dias depois de completar 26 anos. O seu 26º aniversario marcou o fim de sua cobertura no plano de saúde da mãe. Como o jovem não tinha US$ 1.300 para arcar com os custos mensais do medicamento, sua única alternativa foi racionar suas doses diárias, noticiou o jornal Minneapolis Star-Tribune.
A autópsia constatou que o jovem morreu de cetoacidose diabética, quadro causada por uma escassez crítica de insulina, complicação que o levou à morte. A mãe do jovem, Nicole Smith-Holt, afirmou que “o preço da insulina subiu mais de 1.200% em 20 anos. Não é acessível. Estão enganando as pessoas que precisam desse produto para viver, para sobreviver”.
Desde que seu filho morreu no “país mais rico do mundo” por não ter dinheiro para comprar a insulina que necessitava para garantir sua vida, Nicole vem somando apoio contra os preços elevados dos medicamentos, e luta para consolidar uma legislação capaz de impedir que os medicamentos essenciais sejam comercializados a preços extorsivos pelos grandes laboratórios.
Alec foi diagnosticado com diabetes do tipo 1 aos 23 anos e enquanto vivia com seus país conseguia administrar a doença. Já no início de 2017, e com a ajuda de sua mãe, ele tentou arcar com o seu próprio plano de saúde, porém ele não conseguiu pagar o plano de US$ 450 mais a franquia anual de US$ 7.600, que teria deixado de pagar em troca da insulina, testes e agulhas. Alec faleceu no mês de maio deste ano.
Já Paul Grant, que tem um filho de 13 anos também com diabetes, afirmou que em menos de 90 dias viu os preços saltarem de US$ 300 para mais de US$ 900 no início de 2018. “Entrei imediatamente em pânico. Tentei obter respostas de minha companhia de seguros, mas recebi pouca ajuda e explicação. Não acho que eles sequer entendem o nosso plano de saúde, eu sei que não”.
DIVÓRCIO
O casal Jake e Maria Gray, casados há nove anos, estão considerando o divórcio para reduzir as despesas médicas com a filha de 6 anos, Brighton, que tem Síndrome de Wolf-Hirschhorn, um distúrbio cromossômico raro que requer cuidados em tempo integral. Em termos de desenvolvimento, a menina ainda é um bebê, além de ser deficiente auditiva, visual e sofrer eventuais convulsões.
Ambos chegam a gastar US$ 15 mil por ano com as despesas médicas e o cuidado em tempo integral que a filha necessita, valor que compromete mais de 30% da renda familiar de US$ 40 mil anuais. A ideia do divórcio advém de que esta seria uma saída para que a menina se qualificasse para ser atendida pelo programa de saúde social dos EUA para baixa renda, o Medicaid.
“Você sabe que quando você tem um recém-nascido, tudo fica realmente estressante. Você realmente tem que se adaptar a alguém que precisa de você 24 horas por dia, sete dias por semana”, comentou Maria.
GABRIEL CRUZ
No Brasil o SUS fornece insulina gratuitamente. Como pode um país como os EUA (USA) não tem um sistema público de saúde?