O ex-embaixador da Inglaterra, Craig Murray, condenou o jornal The Guardian pela publicação de um artigo, sustentado em suposições de fontes anônimas sobre uma hipotética conspiração do Equador, da Rússia e do WikiLeaks para libertar Julian Assange. Conforme a publicação, a ideia era retirar Assange da embaixada equatoriana em Londres – onde se encontra confinado desde o dia 19 de junho de 2012 – e levá-lo para “outro país”, a Rússia mais provavelmente.
“É realmente muito sério quando um jornal como o Guardian imprime um tecido de mentiras deliberadas para espalhar notícias falsas em nome dos serviços de segurança. Não consigo encontrar palavras suficientemente eloquentes para expressar a profundidade do meu desprezo por Harding e Katharine Viner [editora-chefe do Guardian], que traíram completamente os valores do jornalismo”, declarou o ex-embaixador.
Craig Murray disse que participou de conversas anteriores com o cônsul do Equador, Fidel Narvaez, sobre possíveis “futuros destinos” para Assange, mas que a Rússia nunca fez parte dos planos, tendo sido descartada desde o início. As autoridades russas também reagiram com firmeza ao artigo fantasioso, condenando o texto que apontava supostos “laços de Assange com o Kremlin” por não ter nada a ver com a realidade.
De acordo com o The Guardian, o plano teria sido definido para a véspera do Natal do ano passado, mas teria sido abandonado por ser “muito arriscado” devido ao não reconhecimento do status diplomático de Assange pelas autoridades britânicas, que teriam ainda prometido prendê-lo quando deixasse a embaixada.
O artigo do Guardian é assinado por Stephanie Kirchgaessner, Dan Collyns e Luke Harding. Por mais de sete anos, Harding se empenhou em usar as páginas do jornal para tentar minar o amplo apoio popular ao WikiLeaks e desacreditar Julian Assange.
“O objetivo da peça é evidentemente adicionar mais uma camada às notícias falsas da relação (inexistente) do WikiLeaks com a Rússia como parte da narrativa ‘Hillary não perdeu realmente’. Eu estou, francamente, bastante chocado”, concluiu Craig Murray.