Coube ao presidente do Irã, Hassan Rouhani, a mais densa resposta à atuação de Trump na Assembleia Geral da ONU – e fora. Sem citar o nome do presidente bilionário, ele afirmou que é “lamentável que nós estamos testemunhando governantes no mundo que pensam que podem … obter apoio popular através do fomento do nacionalismo extremista e do racismo e através de tendências xenofóbas que se assemelham a uma disposição nazista”.
Rouhani condenou duramente a decisão de Trump de se retirar unilateralmente do acordo internacional assinado em 2015 pelo Irã. “Confrontar o multilateralismo não é sinal de força. Pelo contrário, é um sintoma da fraqueza do intelecto – revela uma incapacidade de compreender um mundo complexo e interconectado”.
Rouhani acrescentou que “aqueles que buscam domínio e hegemonia são inimigos da paz e perpetradores da guerra”. O governo dos EUA – continuou – “parece determinado a tornar todas as instituições internacionais ineficazes”.
Rouhani agradeceu à comunidade internacional, que mantém seu apoio ao acordo ao JCPOA. “Com base em 12 relatórios consecutivos da AIEA, o Irã cumpriu seus compromissos. No entanto, os EUA nunca permaneceram fiéis às suas obrigações”. Ele acusou Trump de usar “desculpas frágeis” para violar compromissos assinados pelos próprios EUA.
O líder iraniano denunciou o “entendimento autoritário dos EUA sobre as relações internacionais”, o bullying e as imposições. “Nenhum estado e nação pode ser levado à mesa de negociações pela força. E se for, o que se segue é um acúmulo de vinhas da ira a ser colhido mais tarde pelos opressores”.
Mas Rouhani não descartou a volta das negociações, dirigindo um convite a Trump. “Se você não gosta do JCPOA porque é o legado de seus rivais políticos domésticos, então nós o convidamos a voltar à resolução do Conselho de Segurança. Não se envolva em impor sanções”.