Em nota, os governos declaram que o ato dificulta “a busca por solução pacífica, com base no diálogo entre as principais forças políticas venezuelanas”
Os governos do Brasil e da Colômbia publicaram uma nota conjunta manifestando “profunda preocupação” com a situação na Venezuela após a ordem de prisão emitida pela Justiça contra Edmundo González Urrutia, principal opositor de Nicolás Maduro nas eleições. Urrutia está escondido.
“Esta medida judicial afeta gravemente os compromissos assumidos pelo Governo venezuelano no âmbito dos Acordos de Barbados, em que governo e oposição reafirmaram seu compromisso com o fortalecimento da democracia e a promoção de uma cultura de tolerância e convivência”, afirma a nota.
“Dificulta, ademais, a busca por solução pacífica, com base no diálogo entre as principais forças políticas venezuelanas”, continuaram os governos.
A ordem de prisão foi expedida pela Justiça venezuelana na terça-feira (3), após pedido feito pelo Ministério Público. O órgão alega que Edmundo González Urrutia faltou a três depoimentos marcados.
Urrutia, que acusa o governo de Nicolás Maduro de ter fraudado as eleições para sair vitorioso, se autoproclamou presidente eleito da Venezuela.
Ele é investigado pelos crimes de usurpação de função relativo aos órgãos eleitorais, fraude de documentos oficiais, instigação à desobediência das leis, conspiração, sabotagem de sistemas e associação criminosa.
Segundo o procurador-geral Tarek Saab, Edmundo Urrutia deveria prestar depoimento sobre as acusações que fez contra o sistema eleitoral da Venezuela.
Leia a nota conjunta na íntegra:
Os governos de Brasil e Colômbia manifestam profunda preocupação com a ordem de apreensão emitida pela Justiça venezuelana contra o candidato presidencial Edmundo González Urrutia, no dia de ontem, 2 de setembro.
Esta medida judicial afeta gravemente os compromissos assumidos pelo Governo venezuelano no âmbito dos Acordos de Barbados, em que governo e oposição reafirmaram seu compromisso com o fortalecimento da democracia e a promoção de uma cultura de tolerância e convivência. Dificulta, ademais, a busca por solução pacífica, com base no diálogo entre as principais forças políticas venezuelanas.