Sentença do ministro do STF, Dias Toffoli, inviabilizou sessão extraordinária que estava prevista para ocorrer na última quarta-feira (4)
A AGU (Advocacia-Geral da União) anunciou que vai recorrer da decisão do ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal) de encerrar os 3 procedimentos administrativos no âmbito da Comissão de Ética Pública da Presidência.
Essas poderiam resultar na investigação de offshores de Roberto Campos Neto, presidente do BC (Banco Central). A informação é da coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo.
A decisão de Toffoli inviabilizou a sessão extraordinária, que estava prevista para ocorrer, na última quarta-feira (4), mas a expectativa é de que a AGU recorra da decisão nos próximos dias.
De acordo com o colunista, os procedimentos que atingem Campos Neto e Paulo Guedes, ex-ministro da Economia de Jair Bolsonaro, se arrastam na Comissão de Ética desde 2019, quando se descobriu a existência de offshores deles pelo Pandora Papers, consórcio internacional de jornalistas com base em documentos vazados.
Sob a gestão de Bolsonaro, os processos não avançaram, mas sob o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Campos Neto conseguiu decisão judicial concedida pela 16ª Vara Federal Cível de Brasília para que suspendesse as apurações.
PANDORA PAPERS
O que o mega vazamento revela sobre riqueza e negócios secretos de líderes mundiais?
A riqueza secreta e os negócios de líderes mundiais, políticos e bilionários foram expostos em um dos maiores vazamentos de documentos financeiros já ocorridos.
Cerca de 35 líderes atuais e passados, além de mais de 300 funcionários públicos, aparecem nos arquivos de empresas offshore, apelidados de Pandora Papers.
Eles revelam, por exemplo, que o rei da Jordânia, Abdullah 2º, gastou US$ 100 milhões (R$ 535 milhões) comprando propriedades no Reino Unido e nos Estados Unidos.
Os documentos também mostram como o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair e a esposa mulher dele, Cherie, economizaram 312 mil libras (R$ 2,3 milhões) em impostos quando compraram edifício no centro de Londres, onde hoje funciona o escritório de advocacia de Cherie.
O Pandora Papers é o mais recente de série de megavazamentos de dados ocorridos nos últimos 10 anos, após FinCen Files, Paradise Papers, Panamá Papers e LuxLeaks.