A ativista estava na aldeia palestina como integrante de uma campanha internacional contra o assalto a terras palestinas por colonos judeus
Aysenur Ezgi Eygi, uma jovem norte-americana de 26 anos morreu assassinada, na sexta-feira (6), após ser baleada na cabeça pelas forças de ocupação e extermínio de Israel.
Eygi, que tem origem turca, foi morta na aldeia de Beita, localizada ao sul de Nablus, na Cisjordânia palestina, enquanto participava de uma manifestação que ocorre semanalmente contra a expansão dos assentamentos de fanáticos judeus em terras palestinas assaltadas.
Fontes médicas confirmaram que Aysenur Ezgi Eygi, foi baleada na cabeça por munição real. Levada às pressas para o Hospital Rafidia em Nablus e colocada na unidade de tratamento intensivo, apesar dos esforços das equipes médicas para salvá-la, não resistiu.
Fontes locais indicaram que o crime aconteceu quando forças israelenses reprimiram violentamente o protesto usando disparos de munição real, granadas de efeito sonoro e de gás lacrimogêneo contra os manifestantes. O mesmo incidente também resultou em um palestino de 18 anos ferido por estilhaços na coxa.
Eigy participava na campanha Faz’a, que trabalha para apoiar e proteger agricultores palestinos de violações militares e ataques de colonos usurpadores israelenses, que muitas vezes roubam gado caprino ou incendeiam olivais.
Em nota o exército israelense alegou que os soldados estavam “respondendo com fogo ao principal instigador da atividade violenta, que atirava pedras contra as forças e as colocavam em risco”.
Os protestos acontecem todas as semanas desde 2021, quando os assaltantes de terras judeus criaram o posto de Evyatar com a intenção de criar mais uma aldeia judaica nos territórios palestinos.
Apesar dos protestos, o governo de Israel declarou o assentamento como legal em junho deste ano. Anexando a terra roubada a Israel.
JORNALISTA ISRAELENSE PRESENCIOU O ASSASSINATO
O jornalista do jornal Haaretz, Jonathan Pollack, que estava presente às cenas, disse que Eygi recebeu um disparo feito a 150 metros de distância e quando a situação estava calma e os confrontos haviam cessado cerca de 20 minutos antes.
“Estávamos de pé na rua, e o ambiente estava calmo; nada acontecia de extraordinário. Alguns soldados subiram no telhado de uma casa e eu vi um soldado mirando com sua arma e então ouvi disparos”, conta o jornalista.
“Eu corri 15 metros e a vi deitada no chão sob oliveiras, sangrando muito. Ela tinha um ferimento de bala na cabeça”, acrescentou.
De acordo com Pollack, o uso de munição real contra manifestações na Cisjordânia está se tornando corriqueiro. “Tem protesto, há repressão com balas”.
“O soldado que atirou na ativista o fez porque sabe que não vai lhe acontecer nada”, disse Pollack.
O governador de Nablus chegou ao hospital e de perto da ativista morta declarou: “Digo a Biden que as armas que você fornece estão matando seu próprio povo. Ao mundo nós dizemos que façam parar esta guerra criminosa contra o povo palestino”.
O ministro do Exteror da Turquia disse que soube com grande dor que nossa cidadã Aysenur Ezgi Eygi foi morta por forças da ocupação israelense”.
O Ministério do Exterior da Turquia lançou nota condenando “este assassinato cometido pelo governo de Netanyahu. Israel está tenando intimidar todos aqueles que chegam para ajudar o povo palestino que luta contra o genocídio. Esta política da violência não vai funcionar”.