Foto: Dado Galdieri/Bloomberg
O faturamento da indústria de máquinas e equipamentos em setembro deste ano caiu 4,3% em relação a agosto e -5,7% em relação ao mesmo mês de 2016, conforme divulgou a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), na quarta-feira (25).
“Em setembro de 2017 o setor manteve o comportamento sazonal, mas registrou queda superior à observada no período pré-crise. A receita registrada no mês foi de R$ 5,8 bilhões, a pior da série para o mês de setembro dos últimos 17 anos e 44% inferior à média observada no período 2010-2013. Este resultado reforça as estimativas de nova queda nas receitas do setor”.
A entidade registrou que “houve uma piora nos resultados acumulados no ano”. “Até agosto o setor acumulava queda de 4,3% nas suas vendas, em setembro passou a acumular 4,5% de queda”.
Sobre o consumo aparente – consumo de produtos locais mais os importados e menos as exportações –, a Abimaq destaca que “o último resultado observado, indica mais um ano de queda nos investimentos produtivos do país, o quarto consecutivo”.
“Os investimentos produtivos medidos pelo consumo aparente de máquinas e equipamentos registraram crescimento no mês de setembro de +1,0% na comparação com o mês imediatamente anterior, em função do aumento das importações (+7%). Apesar deste resultado, na comparação interanual, houve nova queda (-6,3%), a 15ª consecutiva neste tipo de comparação”.
Quanto às encomendas, no mês de setembro, após crescimento de 1,7% em agosto, houve queda de 15,6% na carteira de pedidos. No ano o setor ainda acumula queda de 2,0%.
Em setembro, o número de empregados no setor era de 291,1 trabalhadores, um percentual 0,6% acima de agosto. Em relação ao mesmo mês de ano passado houve uma perda de 10,4 mil postos de trabalho, é a 45ª queda consecutiva no contingente do setor. Desde 2013, aproximadamente 90 mil trabalhadores perderam seus empregos.
Na votação da denúncia de formação de quadrilha e obstrução de justiça contra Temer encerrada na quarta-feira, alguns deputados da base do governo tiveram o desplante de declarar seu voto contra a denúncia, em razão de melhoras da economia pelo governo.
Os dados acima não deixam dúvidas sobre a falsidade ou o raquitismo dessas pretensas melhorias. Não há retomada da atividade econômica sem o incremento dos investimentos, em especial na indústria de bens de capital.
