No ano, IBC-Br, considerado uma “prévia do PIB”, registra alta de 2,6% no acumulado do ano e de 2% em 12 meses
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central (BC) recuou -0,4% em julho na comparação com o mês imediatamente anterior (+1,4%), na série com ajuste sazonal, conforme divulgado nesta sexta-feira (13) pela autarquia financeira.
O IBC-BR é considerado como uma espécie de “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado oficialmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No trimestre encerrado em julho, o IBC-Br registrou alta de 1,3% ante ao trimestre imediatamente anterior, também na série com ajuste sazonal.
Frente a julho de 2023, o IBC-Br cresceu 5,30%. Em 12 meses, avançou em 2,00%. No acumulado deste ano até julho, marca uma expansão de 2,60%. Porém, ambos os resultados sem o devido ajuste sazonal – cálculo utilizado com o fim de minimizar os efeitos sazonais que geralmente incidem sobre os dados, alterando ou modificando a trajetória das séries estatísticas.
No segundo trimestre deste ano, o PIB brasileiro – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – cresceu 1,4% frente ao primeiro trimestre deste ano (0,8%), conforme dados do IBGE. Essa alta foi puxada pela Indústria (1,8%), sendo o avanço influenciado pela Indústria de transformação (1,8%); além de Serviços (1%), com o impacto positivo do Comércio (1,4%).
Antes mesmo do resultado do PIB do 2º trimestre, a alta de juros entrou na pauta do Banco Central, que avalia que, em caso de “aquecimento” da economia, a taxa básica de juros (Selic), hoje em 10,5%, deve subir para frear os investimentos com o fim de desestimular a demanda interna de bens e serviços e, consequentemente, a geração de novos empregos no país.
Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) do BC irá se reunir para definir o rumo da Selic. Em julho deste ano, o colegiado decidiu interromper o ciclo de cortes minguados na taxa base – de seis cortes de 0,5 ponto e um corte de 0,25 p.p, em cada reunião realizada entre agosto de 2023 e maio deste ano.
No início do terceiro trimestre, a produção industrial brasileira recuou -1,4% em julho frente a junho (+4,3%), uma queda puxada principalmente pelo recuo de 1,3% na produção da indústria de transformação. Já o volume de serviços prestados no Brasil registrou alta de 1,2%, sendo um resultado menor do que o registrado em junho (+1,7%). Por sua vez, o comércio cresceu 0,6%, após queda de 0,9% em junho. Todos os resultados na série com ajuste sazonal.
Agora, após a “coesão” entre os diretores do Copom em manter a Selic acima de dois dígitos, nos dois últimos encontros, os banqueiros e demais especuladores no mercado financeiro pressionam – via seus porta-vozes na mídia – para que o Copom eleve os juros a pretexto de combater a inflação.
O movimento altista da Selic ocorre com o índice de inflação oficial do país (IPCA) demonstrando que a inflação segue baixa e controlada no Brasil. Em agosto deste ano, o indicador registrou deflação ao variar em queda de –0,02% no mês.
Em oito meses deste ano, o IPCA acumula uma alta de 2,85%, um resultado bem abaixo dos 3,23% observados para o mesmo intervalo de tempo de 2023; e, em 12 meses, a alta é de 4,24%.
O possível aumento dos juros no Brasil também vai na contramão das maiores economias globais. Entre junho e setembro, o Banco Central Europeu (BCE) cortou a taxa de juros em 0,50 ponto, fixando-a nos 3,50%. Já o Federal Reserve (Fed), o BC estadunidense, deve reduzir suas taxas de juros na próxima quarta-feira (18). Desde julho do ano passado, as taxas de juros nos EUA estão sendo mantidas entre 5,25% e 5,5%.