A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou que o desemprego recuou de 12,3% para 12,1% em agosto.
No entanto, esse crescimento da “ocupação” se deu basicamente pelo aumento da informalidade. De acordo com a pesquisa, o número de empregados com carteira assinada caiu 1,3% (-444 mil pessoas) no trimestre março-maio, comparado ao mesmo período do ano passado. Ao mesmo tempo, o número de trabalhadores sem carteira assinada subiu 4% (mais 435 mil pessoas) em relação período do ano passado.
Já a categoria dos trabalhadores por “conta própria” – a maior parte fazendo biscates e como ambulantes na rua – somam 23,3 milhões (+1,4% sobre o trimestre anterior e 1,9% na comparação anual).
De acordo com os dados, divulgados na sexta-feira (28), o número de pessoas desempregadas e que procuraram emprego nos 30 dias antecedentes à pesquisa era de 12,7 milhões de pessoas (taxa de desemprego de 12,1%).
Contudo, se somados aqueles que desistiram de procurar emprego (desalentados) e os que trabalham menos do que gostariam, a conta é que no Brasil falta trabalho para 27,5 milhões de pessoas. A estatística para esse contingente de pessoas, chamada de taxa de subutilização, ficou em 24,6% da população no trimestre encerrado em agosto.
Desalento
O número de desalentados se mantém em patamar recorde. São 4,8 milhões de pessoas – um aumento de 13,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
“A Pnad mostra que o número de pessoas na fila do desemprego nos últimos dois anos vem aumentando. Uma parcela da população se cansa dessa fila e desiste de procurar”, destacou Cimar Azeredo, coordenador da pesquisa.
Trabalhadores domésticos foram estimados em 6,3 milhões – um impressionante crescimento de 2,7% (+165 mil pessoas em 3 meses).
“O trabalho doméstico, que é um indicador da economia em tempos de crise, da falta de oportunidade no mercado de trabalho, volta a subir – e agora com o rendimento em queda. Ou seja, há mais trabalhadores domésticos no Brasil, mas com menos renda”, avaliou Azeredo.