Plataforma digital de Elon Musk se recusou cumprir ordens para remover portagens de investigados. Por esta razão, foi banida do Brasil
A deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT, criticou neste sábado (14), a plataforma X por ter acobertado o senador Marcos do Val (Podemos-ES) e seguidores que ameaçaram o delegado federal Fabio Schor, que investigava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Schor relatou que, uma semana após apresentar o inquérito das joias ao STF (Supremo Tribunal Federal), encontrou pelúcia pendurada no carro dele.
“X de Musk acobertou senador e seguidores que ameaçaram família de delegado da PF [Polícia Federal] na investigação dos crimes de Bolsonaro. E ainda querem posar de perseguidos… Criminosos arrogantes”, escreveu Gleisi.
PF ACIONADA
Por ser o responsável pelos principais inquéritos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e apoiadores, Fabio Shor acionou a PF formalmente.
Em março deste ano, o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos iniciou campanha para expor delegados da PF que atuam nos inquéritos que atingem diretamente bolsonaristas.
As ameaças foram investigadas em inquérito conduzido por Elias Milhomens.
Foi no âmbito dessa investigação sobre as ameaças aos delegados que o ministro Alexandre de Moraes acabou por determinar a suspensão do X no Brasil. A plataforma se recusou a cumprir ordens para remover postagens dos investigados, incluindo do senador Marcos do Val, e acabou deixando o País.
X SUSPENSO DO BRASIL
A rede social X começou a ser suspensa no início da madrugada do dia 31 de agosto, num sábado. Clientes de operadoras, como Vivo, Claro e Oi, relataram a queda do antigo Twitter no início daquela madrugada.
A suspensão do X foi determinada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes dia 30 de agosto e vale até a rede cumprir ordens judiciais, pagar multas e indicar representante no País.
A suspensão, então determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, foi referendada por unanimidade pelos outros ministros: Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux, que são membros da Primeira Turma da Corte.
X AFRONTA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
Desde abril, Elon Musk, proprietário da rede social, tem descumprido várias ordens do ministro Alexandre de Moraes de bloquear contas de investigados pelo STF, acusados de afrontar a democracia e a legislação brasileira.
Para o X voltar a funcionar no País, é necessário que:
· a plataforma cumpra decisões da Justiça de bloquear perfis com conteúdo antidemocrático e/ou criminoso;
· pague multas aplicadas por desobedecer ordens judiciais proferidas contra a rede social, que somam mais de R$ 18 milhões;
· indique 1 representante legal no País.