
O assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, condenou os bombardeios do regime de Israel no Líbano, nesta segunda-feira (23), que mataram 356 pessoas e mais de 1.200 feridos. “Eu acho uma coisa tremendamente revoltante e perigosa porque ali o risco é de uma guerra total”, afirmou.
Celso Amorim também falou sobre a situação dos mais de 20 mil brasileiros que moram no Líbano. “Em 2006 [durante a guerra] eu fui até o Líbano e deu muito trabalho para evacuar os brasileiros, a experiência é dura. Daquela vez foram 3 mil brasileiros e hoje as rotas são mais difíceis”, diz. O Itamaraty está planejando algo para evacuar os brasileiros da região. Até o momento, a Embaixada do Brasil no Líbano apenas divulgou nota dizendo que os brasileiros devem buscar sair do país.
Com os ataques do governo de Israel, esta segunda-feira se tornou o dia mais sangrento no país em mais de 18 anos, desde de 2006 quando Israel atacou o Líbano. O bombardeio é o mais amplo territorialmente já conduzido no país pelas forças israelenses. O regime de Netanyahu já matou mais de 41 mil pessoas na Faixa de Gaza, a maioria mulheres e crianças, também com bombardeios indiscriminados sobre a população.
O primeiro-ministro libanês diz que Israel executa um “plano de destruição” contra seu país. “A agressão persistente de Israel contra o Líbano é uma guerra de extermínio em todos os aspectos, um plano de destruição que pretende pulverizar os vilarejos e cidades libaneses”, afirmou Najib Mikati. No comunicado, ele também pede à ONU e aos “países influentes” para “dissuadir a agressão”
A ditadura israelense começou a jogar bombas sobre o Líbano na sexta-feira (20). O ataque destruiu um prédio de vários andares em um bairro residencial. No sábado (21), o regime de Netanyahu alegou que estava “atacando extensivamente” o sul do Líbano porque, segundo seus espiões, haveria planos para um ataque com foguetes contra Israel. No domingo (22), os israelenses fizeram mais de 60 ataques aéreos.
Os ataques à população libanesa começaram depois de Israel cometer um atentado terrorista com explosões indiscriminadas de pagers e walkie-talkies que mataram dezenas de pessoas e feriram centenas de pessoas.
Os pagers foram fabricados em Taiwan e vendidos no Líbano. Os aparelhos foram interceptados pelo regime de Israel. Seus agentes desmontaram os aparelhos e introduziram explosivos em seu interior. Quando foram acionados, os explosivos mataram as pessoas que os possuíam.