O vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), Fernando Siqueira, considerou a 5ª Rodada de Licitação “muito ruim, um verdadeiro desastre para o país. A Petrobrás não disputou os melhores campos. Saturno é um campaço. A Petrobrás ficou apenas com Tartaruga Verde, por um preço irrisório, R$ 70 milhões de bônus de assinatura e 10,01% de excedente em óleo”.
“Menos mal que em Saturno foi oferecido um percentual de excedente em óleo elevado, 70,2%”, disse. O consórcio vencedor deste bloco é formado pela anglo-holandesa Shell (50%), que será a operadora – que dita o ritmo de produção, compra de máquinas e equipamentos etc. -, e a norte-americana Chevron (50%). Foram pagos irrisórios R$ 3,125 bilhões em bônus de assinatura.
O primeiro leilão no pré-sal foi realizado em outubro de 2013, do campo de Libra, o maior do mundo. Dilma mobilizou o Exército, a Marinha e a Força Nacional, além da PM de seu aliado Sérgio Cabral, então governador, para permitir a entrada da Shell e da Total nesse campo com o mesmo peso da Petrobrás (40%).
Cinco empresas estrangeiras operam no pré-sal. Quatro delas venceram leilões da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP): Shell, Exxon, Equinor e BP. “Essa ANP é uma desgraça para o país. De Nacional só tem o nome”, frisou Siqueira.
Segundo Siqueira, o governo Temer está tramando para entregar o excedente da cessão onerosa ainda este ano. “Estamos pensando em uma ação judicial para impedir isso”, afirmou.