No penúltimo debate entre os candidatos na TV, transmitido domingo (30) na Record, o presidenciável do PDT, Ciro Gomes, pautou seu discurso como alternativa à polarização e à intolerância.
“Sessenta mil mulheres são estupradas no nosso país, 220 mil pontos de comércio fecharam no Brasil e a política chafurdando no ódio, que atinge seu apogeu agora, justo na hora que temos a ocasião para pedir ao povo brasileiro que reflita um pouco, para unirmos o Brasil que produz, trabalha, dialogar com forças diferentes, superar o ódio – e o Bolsonaro interpreta isso, mas o outro lado também aperfeiçoa isso”, completou.
Em uma de suas falas, Fernando Hadddad, candidato do PT, tentou minimizar as alianças no Nordeste com candidatos e partidos, como o MDB, que apoiaram o impeachment de Dilma e até pouco tempo eram chamados de golpistas pelos petistas. Uma das alianças do PT é com Renan Calheiros (MDB), em Alagoas. Outra é com o senador Eunício Oliveira (MDB), Ceará.
Ciro rebateu Haddad: “Se me permitir, Haddad, eu quero só opor um reparozinho, que é uma informação, o Eunício Oliveira, lá no Ceará, eu vetei o acordo do meu partido e, portanto, da minha participação na aliança dele. Eu não aceito o apoio dele, porque ele é corrupto. E você foi para lá e acertou-se com ele despudoradamente, não foi porque tem aliança com o PT não. Só para a gente ter clareza, porque não é bem verdade”.
Ele também criticou a proposta do PT de fazer uma assembleia constituinte para redigir uma nova Constituição. Em determinado momento do debate, ele questionou a proposta que está no programa de Fernando Haddad, lembrando que somente o Congresso tem o poder para chamar uma assembleia para mudar a Constituição.
“As constituições nasceram para frear a prepotência dos poderosos. Elas precisam ser respeitadas e estão a serviço do povo. As reformas têm que ser feitas pelos ritos que elas estão”, disse. “Eu quero seguir a democracia porque esse é meu compromisso de vida”, reiterou.
O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, procurou comparar Bolsonaro com o PT, representado por Haddad. “Impressionante como o radicalismo se atrai, esse não é o caminho, e esta semana é uma semana decisiva, essa que vai mudar as eleições”, disse.