Em entrevista ao “Bom Dia Ministro” da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), nesta quinta-feira (26), Carlos Lupi, ministro da Previdência Social, disse que “querer tirar de quem já tem pouco é, no mínimo, desumano”, referindo-se a aposentados e pensionistas do INSS, e que é “radicalmente contra” qualquer “reforma da Previdência só para tirar direito”.
O ministro criticou as isenções de impostos aprovadas recentemente no Congresso Nacional, afirmando que, ao contrário, “o que nós temos de fazer é melhorar a arrecadação e diminuir as isenções”. De acordo com Lupi, as isenções de impostos concedidas a determinados setores da economia são “criminosas”.
“Recentemente, o Congresso Nacional aprovou outro número gigantesco de isenções (…). Eu tenho de respeitar o papel do Congresso Nacional. Nós estamos em uma democracia, mas temos de esclarecer à população que, sem fonte de receita, como é que se paga a esses 40 milhões de aposentados, pensionistas e beneficiários da Previdência?”, afirmou.
“Eu acho que a Previdência Social tem que ser mais eficiente. Tem de melhorar a arrecadação cobrando de quem não paga. Tem que acabar com as isenções indevidas. Muitos grandes empresários brasileiros não pagam nada à Previdência Social. Só sonegam. Muitas isenções para não pagar nada à Previdência Social”, frisou o ministro.
“Claro que ninguém gosta de ser taxado”, disse, e questionou: mas “como a Previdência vai sobreviver se não tiver receita?”.
Segundo o ministro, é necessário “ir em cima dos grandes sonegadores” que estão “devendo mais de R$ 300 bilhões” à Previdência Social.