Libaneses denunciaram o “ataque mais violento e generalizado” perpetrado pelos sionistas contra o país em um ano, resultando em mais de 730 mortes, 2.658 feridos e 390 mil deslocados
No “ataque mais violento e generalizado” perpetrado por Israel contra o Líbano desde o dia 7 de outubro, os sionistas executaram nove pessoas de uma mesma família – quatro delas crianças – em um prédio de três andares na cidade de Shebaa, no Sul do país, nesta sexta-feira (27), informou o prefeito Mohammad Saab.
De acordo com as autoridades libanesas, o bombardeio dos caças israelenses resultou em mais de 730 mortes, incluindo crianças e mulheres, além de 390 mil pessoas deslocadas. O presidente do Sindicato dos Médicos Libaneses, Youssef Bakashs relatou que o número de hospitalizados já alcança os 5.000, com o sistema de saúde completamente sobrecarregado.
O ataque aéreo promovido à noite foi massivo, informou a Agência de Notícias do Líbano, e teve como como foco várias cidades na província de Nabatieh. Conforme o Ministério da Saúde, a covardia da ação alcançou cinco províncias na quinta-feira (26) e levou à morte de 92 pessoas e ao ferimento de outras 153 – muitas delas grave. Desde as primeiras horas de hoje, acrescentou o ministro, Firass Abiad, mais 25 pessoas foram covardemente assassinadas e outras lutam pela vida e contra as amputações.
Entre os hospitalizados, 777 ficaram feridos nas explosões de pager e walkie-talkie da semana passada, com 152 em estado crítico, de acordo com Margaret Harris, porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Isso significa que eles não vão deixar o hospital por algum tempo e, portanto, todos os dias de bombardeios e explosões enchem leitos que não podem ser preenchidos“, ressaltou Harris.
Por outro lado, destacam os libaneses, as sirenes continuaram a soar em Israel, depois que Hezbollah respondeu disparando foguetes contra alvos militares, colônias ilegais e à sede do Mossad – órgão de tortura e “inteligência – em Tel Aviv.
Libaneses e palestinos exigem o fim da guerra desencadeada por Israel, com apoio estadunidense, na Faixa de Gaza. Desde 7 de Outubro, a agressão sionista deixou mais de 137 mil palestinos mortos e feridos, a maioria deles crianças e mulheres, e mais de 10 mil desaparecidos, em meio à destruição massiva e à fome desvastadora.
Na quinta, após o primeiro-ministro de Israel partir para Nova Iorque, onde foi alvo de um massivo protesto durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, seu gabinete divulgou um comunicado reforçando a ordem de Benjamin Netanyahu para continuar executando crimes de guerra.
Enquanto isso, equipes da Cruz Vermelha intensificam as operações de busca e resgate nos escombros de prédios desmoronados no sul do Líbano, e os funerais se multiplicam pelo país.
Embora os bombardeios israelenses sejam mais constantes e intensos no sul, também foram denunciados ataques sionistas no Vale do Bekaa, na parte oriental do país. Outro ataque atingiu a estrada que liga o Vale do Bekaa a Homs, ao redor da cidade de Rasm el-Hadath, noticiou a Al Jazeera. A agência estatal NNA também relatou um violento ataque aéreo na cidade de Nabi Aila, no centro do Vale do Bekaa.
Enquanto a OMS e as agências de ajuda e hospitais se preparavam para uma possível agressão, não antecipavam nem de perto a gravidade do que está em curso, disse Harris. “Foi muito além de qualquer coisa que o planejamento normal, mesmo para um evento horrível como este, teria esperado”, relatou Harris, informando que 37 dos 317 hospitais administrados pelo governo libanês já tiveram que fechar por serem alvo de Israel.
Conforme os observadores, centenas de milhares de pessoas estão agora tentando encontrar abrigo, com escolas e universidades fechadas transformadas em dormitórios.