O ex-presidente da República, Michel Temer (MDB), afirmou que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tem “levado adiante” a guerra e “a barbaridade” contra os palestinos e libaneses “para se manter no poder”.
Depois de quase um ano bombardeando a Faixa de Gaza, assassinando quase 42 mil palestinos, Israel começou a intensificar os ataques contra o Líbano, com quem faz fronteira. E agora atacou a Síria.
Na ONU, Benjamin Netanyahu fez ameaças e provocou o Irã.
Michel Temer, que é filho de libaneses, contou ao jornal Folha de S.Paulo ter visto “fotos de crianças despedaçadas no Líbano. É desesperador, é horroroso”. “O mundo tem que dar um fim nisso”.
“Quem está levando adiante [a guerra] é o [primeiro-ministro de Israel, Benjamin] Netanyahu, líder do governo de extrema direita de Israel. Para se manter no poder, ele leva adiante essas barbaridades”, comentou o ex-presidente brasileiro.
Para Temer, “é preciso distinguir o povo judeu do governo Netanyahu”.
“Eu estive em Israel, eu vi que a maioria do povo quer acordo e paz. Shimon Peres [ex-presidente de Israel] queria a paz, [o escritor] Amos Oz queria a paz”.
“Este conflito está matando milhares de libaneses de um lado, milhares de palestinos de outro, e prejudica também os israelenses”, falou.
Os ataques de Israel já assassinaram mais de 700 pessoas no Líbano. O jovem Ali Kamal Abdallah, de 15 anos e nascido em Foz do Iguaçu (PR), morreu pelas bombas junto de seu pai, Kamal Hussein Abdallah, de 64 anos.
Mirna Raef Nasser, nascida em Balneário Camboriú (SC), de 16 anos, foi morta dentro de casa por conta de um bombardeio israelense, assim como seu pai.
Mohamed Abdallah, irmão de Ali Kamal e filho de Kamal Hussein, sobreviveu ao bombardeio e chegou ao Brasil nesta sexta-feira (27). Eles estavam pegando água quando ouviram o lançamento das bombas.
“Caiu tudo, nem vi mais nada, não consegui mais respirar. Tirei as pedras de mim e fui ver meu pai. [Ele, o pai] estava no chão, morto, e meu irmão… Não conseguia achar meu irmão. Gritava o nome dele, e as pessoas do meu lado, mortas. Eu não achava ele, nem escutei a voz dele”.
O governo federal condenou, “nos mais fortes termos”, os “contínuos ataques aéreos israelenses contra zonas civis no Líbano” e fez um apelo por um cessar-fogo imediato.