O presidente Lula autorizou nesta segunda-feira (30) a operação de resgate de brasileiros no Líbano, no momento em que o governo ditatorial de Israel invade militarmente e provoca terror naquele país.
“A operação, coordenada pelo Itamaraty e pelo Ministério da Defesa, terá a data anunciada nos próximos dias, após análise das condições de segurança para o vôo”, informa o Ministério das Relações Exteriores.
Bem típico do “estilo” nazista, as hordas israelenses invadiram o país nesta segunda-feira e ordenaram a evacuação imediata de 25 vilas na região sul do Líbano.
O chanceler Mauro Vieira declarou esperar que ao menos 240 pessoas sejam resgatadas até o fim de semana, no primeiro voo. Segundo Mauro Vieira, a prioridade será dada “às pessoas de idade, às mulheres, aos senhores, às mulheres grávidas, às crianças, aos que estejam doentes, aos que precisarem mais”.
Pelo menos um avião da FAB já foi reservado para ser usado na operação, o KC-30, que tem capacidade de transportar 230 passageiros e autonomia de 12 horas de voo.
Lula já havia autorizado uma operação semelhante em 2006, em outra invasão de Israel ao país.
A comunidade brasileira no Líbano é numerosa. O governo brasileiro prevê retirar pelo menos 3 mil brasileiros da região. No entanto, esse número pode mudar.
Após assassinar mais de 41 mil civis na Faixa de Gaza e de expulsar mais de dois milhões de palestinos de suas casas, o regime israelense vem realizando ataques aéreos criminosos no Líbano. Num só dia, cerca de 500 libaneses morreram num bombardeio e mais de 1,6 mil ficaram feridos. Segundo as autoridades do país, foi o dia mais sangrento no Líbano desde a guerra de 2006.
Os primeiros bombardeios de Netanyahu foram responsáveis pelo assassinato de dois jovens brasileiros que residiam no Líbano. Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, e Myrna Raef Nassere, uma jovem de 16 anos, perderam a vida. O pai de Kamal e o de Myrna também morreram no bombardeio.
A brasileira Raquel Chanarek Hamia perdeu o marido, duas filhas e um neto em um bombardeio de Israel contra sua casa no Vale do Bekaa, no Líbano, e pediu ao Itamaraty que consiga “um lugar seguro para colocar as pessoas brasileiras que não têm nada a ver com essa guerra”. “Estou muito, muito mal. Todos morreram, meu neto, minhas filhas, meu marido”, contou Raquel ao programa Fantástico, da Rede Globo.
No México, onde está para acompanhar a posse da nova presidente do país, Claudia Sheinbaum, o presidente Lula voltou a condenar, nesta segunda-feira, os bombardeios do regime israelense na Faixa de Gaza e no Líbano.
Ele destacou que os assassinatos cometidos em gaza e no Líbano pelo governo israelense são uma “matança desnecessária”.
“É por isso que eu sou contra, e condeno, o que Israel está fazendo no Líbano agora, atacando e matando pessoas inocentes. Porque só aparecem nos jornais os líderes que eles querem matar, mas as pessoas inocentes que morrem não aparecem”, declarou Lula.
“É por isso que eu sou contra a chacina na Faixa de Gaza. Porque já morreram mais de 41 mil mulheres e crianças. E depois você vai ter que reconstruir o que levou séculos para ser construído”, acrescentou o presidente, destacando que “a guerra é a prova da incapacidade civilizatória de um cidadão, que acha que ele pode, na explicação de que tem que se vingar de um ataque, fazer matança desnecessária com pessoas que não têm nem como se defender”.
As declarações do presidente brasileiro foram dadas durante o Fórum Empresarial México-Brasil, na Cidade do México.
Na sua participação na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, na semana passada, o presidente Lula já havia repudiado a matança promovida por Israel.
Na ocasião, ao ser questionado sobre os ataques de Israel ao Líbano, ele afirmou que o chefe do regime israelense e suas forças de ocupação promovem um “genocídio” na região.
Leia nota do Itamaraty:
O Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, determinou a realização de voo de repatriação de brasileiros no Líbano. A operação, coordenada pelo Itamaraty e pelo Ministério da Defesa, terá a data anunciada nos próximos dias, após análise das condições de segurança para o voo. O planejamento inicial da Força Aérea Brasileira prevê a decolagem do aeroporto de Beirute, que se encontra aberto.
A Embaixada no Líbano está tomando as providências necessárias para viabilizar a operação, em contato permanente com a comunidade brasileira e em estreita coordenação com as autoridades locais.