Informe publicado pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da Argentina (INDEC) mostra que a pobreza no país chegou a 27,3 % no primeiro semestre de 2018, quando estava em 25,7% na segunda metade de 2017.
Os dados revelam ainda que 33,3 % das crianças estão na pobreza enquanto que 8% das crianças padece na indigência, como consequência do arrocho, aumento desmedido das tarifas públicas e desnacionalização da economia impostos pelo governo de Maurício Macri. Entre as pessoas em idades entre 30 e 64 anos, 34,6% está na pobreza nos 31 centros urbanos mais populosos do país.
Segundo o INDEC, instituto equivalente ao nosso IBGE, o índice de indigência no período foi de 4,9%.
O crescimento da pobreza na primeira metade do ano coincide com um aumento do custo da cesta básica de alimentos e serviços, parâmetro para calcular os índices de pobreza e indigência. De acordo com o informe do INDEC, uma família de quatro pessoas necessita de 1.920 reais para não ser considerada na pobreza.
O informe foi divulgado um dia depois de Macri aumentar o valor do acordo assinado em junho com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que passou de US$ 50 bilhões para US$ 57,1 bilhões. Ele se comprometeu a atingir déficit fiscal zero em 2019, com um orçamento que prevê drásticos cortes de gastos nas questões centrais para o país como educação, saúde, transportes e segurança.
O governo, na linha de tomar medidas cosméticas, que passem a ideia de que está preocupado com o combate à crise, anunciou a eliminação de vários ministérios para ‘reduzir’ os gastos estatais.
Dirigentes sindicais e sociais expressaram seu rechaço à mensagem de Macri que falou de uma situação “quase ideal” que não existe na Argentina. “Ele está mentindo nos mesmos termos que o fez na campanha eleitoral”, disse Hugo Godoy, secretário-geral da Associação de Trabalhadores do Estado no momento em que mais 60 mil pessoas ficaram sem emprego na indústria só nos últimos dois meses deste ano e uma quantidade similar em outros setores.