Centenas de crianças imigrantes, capturadas nos Estados Unidos na fronteira com o México, foram retiradas à noite dos centros de detenção ilegais erguidos no Kansas e em Nova Iorque para serem enviadas a acampamentos improvisados no deserto do Texas.
A violência e a covardia da ação foram demais até para o The New York Times, que denunciou a forma sigilosa com que foram evacuados, carregando mochilas e sem sequer informar seus pais – que, em muitos casos, seguem batalhando para conhecer o paradeiro dos filhos. As organizações de direitos humanos e de advogados também não receberam qualquer comunicado sobre as “transferências”.
Conforme o jornal estadunidense, aproximadamente 13 mil crianças e menores de idade – a maior população infantil em décadas -, seguem ser localizadas, invisíveis, em meio a contínuas convocações dos tribunais para que o governo de Donald Trump reúna os pequenos a seus progenitores. A escandalosa cifra representa um aumento exponencial desde maio do ano passado, quando o número era de 2.400.
As crianças foram realocadas no acampamento erguido pelo exército estadunidense na desértica localidade de El Tornillo, a cerca de 50 quilômetros ao sul da cidade fronteiriça de El Paso.
Diferentemente do que vinha sendo feito até agora, quando a maior parte dos pequenos era alojada em lugares onde dormiam em habitações de três lugares, recebiam algum tipo de educação e visitas de seus representantes legais, na “Cidade das Barracas” as crianças dormem aglomeradas em grupos de 20, não recebem qualquer educação e o acesso a serviços legais é limitado.