Resultado do mês de julho foi revisado de alta de 1,2% para 02%, segundo IBGE
O volume de serviços no Brasil caiu -0,4% em agosto deste ano frente ao mês imediatamente anterior (julho, alta de 0,2% – dado revisado de 1,2%), na série com ajustes sazonais, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (11).
Com o resultado de agosto, o total do volume de serviços prestados no país está 0,4% abaixo do recorde da série histórica, registrado em julho de 2024.
O Serviços é o setor da economia com a maior participação no Produto Interno Bruto (PIB) e é também o que mais emprega no país.
Com os juros altos do Banco Central inibindo o consumo de bens e serviços no país, o setor de serviços só conseguiu ficar acima dos 1% em junho, nos demais meses deste ano variou entre -0,4% e 0,5%: Janeiro (+0,5%); fevereiro (-0,4%); março (+ 0,3%); abril (+0,2%); maio (-0,4%); junho (+1,4%); julho (+0,2%) e agosto (-0,4%)
O resultado do setor de serviços – assim como das vendas do comércio (-0,3%) e da produção industrial brasileira que ficou estagnada no mês de agosto (+0,1%), após cair menos 1,4% em julho – só desmonta a tese da economia “superaquecida” e de que há uma “forte demanda” por conta do aumento do emprego e da renda, pressionando a inflação, e por isso, o Banco Central tem que aumentar o arrocho sobre a sociedade.
A inflação oficial (IPCA) em setembro foi puxada pelo aumento na conta de luz, o que já pesa sobre a renda que não está tão alta assim, depois de anos de salários congelados. Os alimentos também estão pesando no bolso do trabalhador, corroendo mais da metade de quem recebe salário mínimo. E o emprego cresceu, mas no país ainda estão 7,3 milhões de desempregados e cerca de 40 milhões no trabalho precarizado, sem direitos trabalhistas. Aumentar o juro para beneficiar banqueiro só vai agravar a situação.
Na média móvel trimestral, o volume de serviços apresentou uma expansão de apenas 0,4% no trimestre encerrado em agosto de 2024 frente ao nível do mês anterior.
Na passagem de julho para agosto de 2024, duas das cinco atividades de serviços pesquisadas pelo instituto apresentaram saldos negativos: informação e comunicação (-1,0%) e transportes (-0,4%), sendo a segunda queda seguida desta modalidade (em julho, já havia recuado -1,5%), acumulando uma perda de 2,0%.
Em agosto, o volume de transporte de passageiros no Brasil recuou 0,8% ante ao mês imediatamente anterior (recuo de -2,4%), também na série com ajuste sazonal. Já o transporte de cargas ficou estagnado em agosto (0%), após ter recuado 0,7% em julho.
Por outra via, apresentaram avanços em suas atividades, outros serviços (1,4%) e serviços prestados às famílias (0,8%). O setor de serviços profissionais, administrativos e complementares (0,0%) ficou paralisado no período.
Na série sem ajuste sazonal, o volume de serviços subiu de 1,7% ante agosto de 2023. No acumulado do ano até agosto, cresceu 2,7% frente a igual período do ano passado. Já no acumulado dos últimos 12 meses, a alta é de 1,9%.