O ministro das Relações Exteriores da Coreia Popular (Norte), Ri Yong Ho, afirmou na Assembleia Geral da ONU que a questão chave para uma solução na península coreana é a “construção da confiança entre EUA e a RPDC (nome oficial do Norte) e advertiu que “sem confiança nos Estados Unidos não haverá confiança na nossa segurança nacional e em tais circunstâncias não há maneira de que nos desarmemos unilateralmente primeiro”.
Ri reiterou o sólido compromisso do líder Kim Jong Un em tornar a península coreana uma terra de paz e livre de armas nucleares e de ameaças nucleares, mas advertiu que a insistência em ditames e sanções ameaçam o processo, convocando a respeitar a Declaração Kim-Trump de Cingapura.
“A percepção de que as sanções podem nos por de joelhos é uma utopia de pessoas que não nos conhecem. Mas o problema é que as contínuas sanções estão aprofundando nossa desconfiança”, afirmou Ri. Na última reunião do Conselho de Segurança da ONU, Rússia e China propuseram o alívio das sanções enquanto Washington e aliados se mantinham irredutíveis na ideia de matar de fome os coreanos.
Como assinalou Ri, o secretário de Estado Mike Pompeo disse no CS que “a aplicação das sanções do Conselho de Segurança deve continuar energicamente e sem decair, até que nos demos conta da desnuclearização total e definitiva”.
O chanceler disse ainda que ao invés “de atender à nossa preocupação pela ausência de um regime de paz na península coreana”, Washington insiste na ‘desnuclearização-primeiro’ e aumenta o nível de pressão através de sanções para atingir seu propósito de forma coercitiva e até mesmo objetando a uma ‘declaração do fim da guerra’”.
O chanceler norte-coreano destacou que “a desnuclearização da península coreana deve ser realizada junto com a construção do regime de paz, sob o princípio de ações simultâneas passo a passo, começando com o que podemos fazer e dando prioridade à construção da confiança”. Ele assinalou os gestos de boa vontade já realizados pela Coreia e ressaltou a decisão de Pyongyang de, uma vez obtida a capacidade de defesa, passar à priorização do desenvolvimento e como a construção de confiança entre o norte e o sul permitiu em cinco meses grandes avanços na reconciliação e na busca da paz e três cúpulas Kim-Moon.