“É descabida essa informação [que os EUA pediram]”. “Os americanos não gostaram quando eu disse que ia comprar o Rafale, queriam que eu comprasse os aviões deles”, disse o presidente
O presidente Lula contestou nesta sexta-feira (11) o que ele chamou de intromissão do governo americano na compra pelo Brasil dos caças Gripen da empresa sueca, Saab. “Eu acho que um pedido de informações dos Estados Unidos é intromissão dos EUA em uma coisa de outro país. É descabida essa informação”, disse Lula em entrevista à rádio CBN/O Povo, de Fortaleza. O processo de compra dos caças foi iniciado no segundo governo Lula.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos solicitou informações de uma subsidiária da Saab sobre a compra dos 36 caças Gripen pelo Brasil em 2014. Lula acrescentou que não tem o menor sentido. “Não sei a informação que ele está pedindo, também não quero fazer julgamento precipitado. Mas não tem sentido pedir informação de um avião que um país comprou, de um carro que um país comprou”, asseverou.
“Os americanos não gostaram quando eu disse que ia comprar o Rafale, queriam que eu comprasse os aviões deles. E certamente não gostaram quando a Dilma comprou o sueco”, destacou o presidente da República, segundo a rádio CBN/O Povo, de Fortaleza.
A concorrência para compra de caças para a Força Aérea Brasileira (FAB), conhecida como programa FX-2, aconteceu entre 2008 e 2014 e teve a Saab como vencedora. Na ocasião, a norte-americana Boeing também participou da disputa
“Eu, na verdade, não tenho conhecimento de como foi comprado o avião. O que eu sei é que a companheira Dilma [Rousseff, ex-presidente] comprou o avião que era o mais econômico, me parece que era o mais barato e custava menos. É um avião de um conjunto de países, é um sueco que tem participação da Inglaterra e de vários outros países”, acrescentou o presidente Lula. O acordo com a Saab também permite que os Gripen sejam produzidos no Brasil no futuro. As primeiras aeronaves já foram entregues ao Brasil e as demais devem ser entregues até 2027.
“Tanto autoridades brasileiras quanto suecas investigaram partes do processo de concorrência do Brasil. Essas investigações foram encerradas sem indicar quaisquer irregularidades por parte da Saab […]. A Saab pretende atender à solicitação de fornecimento de informações e cooperar com o Departamento de Justiça neste assunto”, disse a empresa sobre as consultas dos EUA, segundo informações da Reuters.