Governo de Israel disse que Lula é persona non grata e ainda humilhou embaixador brasileiro
O ministro da Defesa, José Múcio, contou que o governo federal não quer entregar uma licitação de R$ 1 bilhão para uma empresa israelense, mas o Tribunal de Contas da União (TCU) insiste que o país que está realizando um genocídio em Gaza e no Líbano deve receber o contrato.
Segundo Múcio, “a questão diplomática interfere na Defesa”. O governo Lula é um dos principais denunciadores do genocídio feito por Israel em Gaza e dos ataques que o país tem feito contra o Líbano.
“O TCU não permitiu dar ao 2º colocado e nós estamos aguardando que essas questões passem para que a gente possa se defender”, completou.
A licitação de R$ 1 bilhão foi vencida pela israelense Elbit Systems e prevê a compra de veículos equipados com canhões de longo alcance e precisão com munição calibre 155mm.
Em fevereiro, por causa da crítica de Lula aos ataques sangrentos contra os palestinos da Faixa de Gaza, Israel tornou o presidente persona non grata naquele país. “Informei ao presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que se desculpe e se retrate por suas palavras”, postou o prepotente ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz.
Como se não bastasse essa afronta, o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, foi submetido a uma humilhação pública pelo governo israelense. O chanceler israelense, Israel Katz, deu um “sermão” insultuoso no embaixador, no Museu do Holocausto, em Jerusalém.
Em resposta, o governo retirou o embaixador brasileiro de Israel.
“Não havia alternativa. Nosso embaixador foi humilhado”, declarou assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, no final de maio, em Pequim, na China, onde estava cumprindo uma agenda oficial. “Acho que ele não volta. Se vai outro eu não sei, mas ele não volta. Ele foi humilhado pessoalmente e, com isso, o Brasil é que foi humilhado. A intenção foi humilhar o Brasil”, disse Amorim.
A licitação inclui a compra de 2 até 2025, que seriam usados para testes. Depois, até 2034, seriam entregues outros 34 veículos.
Em um ano de guerra, Israel assassinou 42 mil palestinos, sendo que a maioria eram crianças e mulheres. O Conselho de Segurança da ONU já aprovou uma resolução que exige um cessar-fogo, mas Israel ignorou o órgão.
O Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia também mandou que o país parasse com o genocídio de palestinos, o que também foi ignorado.