O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que não está negociando a renovação do contrato de concessão da Enel em São Paulo e que o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), dissemina “fake news”.
Um temporal que ocorreu em São Paulo na sexta-feira (11) deixou mais de 2,1 milhões de imóveis sem energia. Nesta segunda (14), 400 mil imóveis continuam no escuro.
Ricardo Nunes gravou um vídeo acusando Alexandre Silveira de querer “que a Enel”, atual concessionária da distribuição de energia na cidade, “continue em São Paulo” e de negociar a renovação do contrato.
Em nota, o Ministério apontou que “não há qualquer indicativo de renovação da concessão da distribuidora em São Paulo”, ao contrário do que disse o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes..
“O prefeito de São Paulo aprendeu rápido quando fez uma fake news que nós não tratamos da renovação da distribuição da Enel. A Enel vence seu contrato em 2028, ela tem até 2026 para se manifestar”, disse.
Silveira disse que, “de olho na herança eleitoral de Pablo Marçal, Ricardo Nunes se mostra um excelente aprendiz de malfeitos, ao divulgar fake news”.
“Pergunto ao prefeito: as árvores de SP que caíram em cima das redes de energia também são de responsabilidade do governo federal?”.
O ministro comentou que um estudo preliminar mostra que “mais de 50% dos eventos foram causados por árvore caindo em cima do sistema de média e baixa tensão em São Paulo”.
O ministro criticou a Enel e disse que é necessário ter mais pessoas nas ruas para restabelecer o funcionamento de energia.
“O problema é físico, tem que ter gente para poder estar lá. (Beirou a burrice)… dela achar que ampliar e modernizar para diminuir gente, sem se preocupar com a questão urbanística, que ia resolver o problema”, disse.
Alexandre Silveira também criticou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que, “ocupada por indicações bolsonaristas, não dá andamento ao processo de caducidade” do contrato da Enel.
O Ministério ressaltou que “a agência claramente se mostra falha na fiscalização da distribuidora de energia, uma vez que o histórico de problemas da Enel ocorre reiteradamente em São Paulo e também em outras áreas de concessão da empresa”.
“Mostrando novamente falta de compromisso com a população, a agência reguladora não deu qualquer andamento ao processo que poderia levar à caducidade da distribuidora, requerido há meses pelo Ministério, o que deve ensejar a apuração da atuação da ANEEL junto aos órgãos de controle”, afirmou o minitro.
Nesta segunda (14), o Ministério deu três dias para que a Enel solucione a totalidade dos casos de falta de energia.