O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou, na segunda-feira (14), que a ruptura de contrato com a Enel, concessionária de energia em São Paulo, está prevista em contrato para casos de omissão, como o que deixa, depois de quatro dias, 250 mil imóveis sem energia.
“Se o processo chegar à conclusão de que houve culpabilidade, de que não houve uma prestação adequada [dos serviços], o extremo é a ruptura, a caducidade da concessão. E, portanto, um novo processo licitatório”, explicou o ex-governador de São Paulo, em entrevista ao programa Roda Viva.
Um temporal ocorrido na noite de sexta (11) deixou 2,1 milhões de imóveis sem energia. Na terça, pelo menos 250 mil imóveis, entre comércios e residências, continuam no escuro.
Alckmin apontou que “é preciso apurar a responsabilidade” também da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que regula e fiscaliza as concessões.
“A CGU [Controladoria-Geral da União] vai acompanhar o trabalho da Aneel sobre a concessionária, sobre os fatos que ocorreram”, contou o vice-presidente.
Além disso, “a AGU [Advocacia-Geral da União] vai exigir judicialmente a indenização por parte da concessionária daqueles que foram prejudicados por sua omissão”.
Para o Alckmin, que também é ministro da Indústria, o país precisa se preparar para as mudanças climáticas, “a começar a concessionária de energia elétrica. Tem que ter uma equipe muito maior, equipe de emergência… Tem que estar preparada para isso”.
“De outro lado, o município, a Prefeitura, com a questão das árvores, poda, acompanhamento. Essa vai ser uma necessidade crescente”, sentenciou.
BOULOS
Ainda no programa, o ex-governador falou que está apoiando Guilherme Boulos (PSol) na disputa pela Prefeitura de São Paulo contra o atual prefeito, Ricardo Nunes.
“Eu apoio o Boulos com convicção de que ele pode ser um grande prefeito (…) ele amadureceu. A gente amadurece, conhece melhor as pessoas. Tenho convicção de que, hoje, em São Paulo, a mudança é melhor do que a continuidade”, disse.
“Eu, no primeiro turno, votei como 70% da população de São Paulo, na mudança. No segundo turno vou repetir, votando no Boulos. Acho que ele tem vontade, entusiasmo, competência, capacidade e acho que é boa a mudança para a cidade”, completou.
Geraldo Alckmin apoiou Tabata Amaral (PSB), que terminou o primeiro turno com 9,9% dos votos. A deputada também anunciou seu apoio à candidatura de Boulos. O apresentador José Luís Datena (PSDB) também fechou apoio a Boulos.