Enquanto isso, a Enel teve lucro de R$ 2,6 bilhões em 2023 e não contratou as equipes que prometeu
O presidente da Enel Brasil, Guilherme Lencastre, disse que o contrato para distribuição de energia em São Paulo não prevê “eventos climáticos” e que eles são “imprevisíveis”, enquanto sua empresa teve lucro de R$ 2,6 bilhões em 2023 e não contratou as equipes que prometeu.
Na sexta-feira (11), as chuvas que atingiram São Paulo deixaram 3,1 milhões de imóveis sem energia. Cerca de 9 milhões de pessoas ficaram às escuras. Passados cinco dias, na quarta-feira, mais de 100 mil imóveis continuavam no escuro.
Depois de uma crise semelhante em 2023, a Enel anunciou que iria contratar 1.200 pessoas para comporem as equipes que atuam para restabelecer a energia. No entanto, ela só contratou 176 pessoas, menos de 5% da promessa.
Depois de causar uma onda de raiva contra a empresa que preside, Guilherme Lencastre apontou que “eventos climáticos não estão previstos no nosso contrato e em nenhum lugar, porque eles são de fato imprevisíveis”.
Ele ainda reclamou que, “em grande parte, o Brasil foi constituído por redes aéreas, que estão suscetíveis a eventos climáticos extremos”.
A Enel Brasil é dona da Enel São Paulo, que tem, desde 2019, a concessão para distribuição de energia na capital e região metropolitana.
No ano de 2022, o lucro da Enel São Paulo atingiu R$ 1,41 bilhão, multiplicando o resultado que teve em 2019, que foi de R$ 780 milhões.
Somente nos seis primeiros meses de 2024, o faturamento da empresa chegou a R$ 9,5 bilhões de reais, tendo um lucro líquido de R$ 480,5 milhões.
Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, criticou a Enel por ter “falhado com o Brasil” ao deixar milhões no escuro. O governo federal defende que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), responsável pela concessão, apure e indique o rompimento do contrato.
Silveira ainda falou que todo o investimento feito pela Enel foi em “automação”, isto é, para demitir funcionários e comprar tecnologia.
Segundo o ministro, o contrato de concessão feito em 1998 “é frouxo” e “inadequado à realidade do setor energético”.
“O contrato, que desde que eu assumi, chamo de obsoleto e frouxo com relação a qualidade de serviço dos consumidores brasileiros, não previa esses eventos climáticos”, disse.
No entanto, o ministro se exime de tomar medidas mais efetivas contra a Enel, como a intervenção.
É este o escárnio que fazem, estou com processo trabalhista ganho em todas as instâncias a 10 anos e não me pagam!!! Era de se esperar tal postura deles.