Sob a presidência russa do BRICS será realizada a cúpula em Kazan, de 22 a 24 próximos, com a participação de representantes de mais de 30 países da Ásia, África, Oriente Médio e América Latina.
“A participação dos países do BRICS no Produto Interno Bruto global já excede a do G7 e continua a crescer”, afirmou o presidente russo Vladimir Putin no Fórum Empresarial do BRICS, que começou em Moscou em 17 de outubro último.
Putin enfatizou que os países do BRICS desempenham um papel significativo na economia global não apenas hoje.
“Por exemplo, vamos pegar 1992 – [a fatia do] Grupo dos Sete [Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá] era de 45,5%, e no mesmo ano os países do BRICS [respondiam por] 16,7% do PIB global. E agora? Em 2023 nossa associação [responde por] 37,4%, e a do G7 é de 29,3%. A diferença está aumentando e aumentará, isso é inevitável”, observou o líder russo.
“É bastante óbvio que esse papel também aumentará no futuro. Os países que fazem parte da nossa associação são, de fato, os motores do crescimento econômico global. E é no BRICS que o principal aumento do PIB global será gerado no futuro próximo”, frisou o presidente russo.
Neste ano o grupo BRICS se ampliará, aceitando novos membros e alargando as relações econômicas com novos Estados. Além do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, países que iniciaram a aliança e a quem o grupo deve a sigla, inclui agora também o Egito, a Etiópia, o Irã, os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita.
TRABALHO DO BRICS TEM RESULTADOS NO DESENVOLVIMENTO
O líder russo enfatizou que o trabalho conjunto do BRICS para acelerar o crescimento socioeconômico e garantir o desenvolvimento sustentável traz resultados tangíveis e, na verdade, contribui para melhorar o bem-estar e a qualidade de vida dos cidadãos comuns de nossos países. De acordo com Putin, os números falam por si. Ele citou estatísticas segundo as quais o PIB combinado da associação é mais de US$ 60 trilhões, e sua participação total no produto bruto mundial excede amplamente o valor correspondente para o chamado G7 e continua a crescer.
“Nas últimas décadas, mais de 40% do crescimento do PIB global, toda a dinâmica econômica global, veio dos países BRICS. Com base nos resultados do ano atual, a taxa média de crescimento econômico nos BRICS é projetada em 4%. Isso é maior do que as taxas nos países do G7 – lá é de apenas 1,7% – e que as taxas globais. As globais serão de 3,2%”, assinalou Putin.
Ele também lembrou que o BRICS responde por cerca de um quarto das exportações globais de bens, enquanto as empresas dos países da associação dominam muitos mercados importantes, incluindo recursos energéticos, metais, alimentos, ou seja, mercados para aqueles bens sem os quais o desenvolvimento econômico sustentável é impossível.
OBJETIVO DA SOBERANIA ECONÔMICA
Da mesma forma, Vladimir Putin destacou que os BRICS estão se aproximando do objetivo da soberania econômica, sem influências do sistema bancário global governado pelo dólar americano.
“Trata-se essencialmente de soberania econômica: uma parceria de economias auto-suficientes, que multiplica o seu potencial e abre novas oportunidades”, apontou.
Delegados do Brasil, Índia, China, África do Sul, Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos e Etiópia também participaram no encontro. Bruno Ferla, representante da Presidência do Conselho Empresarial Brasileiro, declarou que a república terá muito gosto em acolher a próxima reunião. Em 2025, a presidência dos BRICS passará para o Brasil.
O evento chave da presidência russa do BRICS será a cúpula em Kazan, de 22 a 24 de outubro próximo, com a participação de representantes de mais de 30 países da Ásia, África, Oriente Médio e América Latina.