O Conselho de Administração da Petrobrás aprovou a continuidade do projeto da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III), situada em Três Lagoas no Mato Grosso do Sul (MS).
Conforme o comunicado divulgado pela gestão da petroleira, na sexta-feira (25), a estatal projeta um investimento da ordem de R$ 3,5 bilhões para concluir a unidade.
“A decisão é fundamentada em criteriosa reavaliação do Projeto que, à luz das premissas do Plano Estratégico 2024-2028 (PE 2024-2028), teve sua atratividade econômica confirmada para essa fase nos diferentes cenários previstos na sistemática de aprovação de Projetos de investimento da Petrobrás, inclusive com VPL positivo no cenário mais desafiador”, diz trecho do comunicado.
A Unidade estava hibernada (leia-se abandonada) desde 2015 e o processo de reavaliação do projeto começou ano passado, com o retorno do presidente Lula ao Palácio do Planalto.
Inaugurada em 1982, a fábrica de fertilizantes havia sido privatizada em 1993. Mas, frente à falta de investimentos na produção de fertilizantes pela iniciativa privada, em 2013 a Araucária Nitrogenados foi integrada como subsidiária da Petrobrás, após um período de transação comercial com a Vale Fertilizantes, então proprietária da fábrica.
A construção da unidade teve início em setembro de 2011, mas foi interrompida em dezembro de 2014, com mais de 80% das obras concluídas, quando a Petrobrás rescindiu o contrato com o consórcio responsável pela construção. A unidade entrou nos planos de privatizações dos governos de Michel Temer e Bolsonaro, mas sem sucesso de venda, o projeto UFN-III seguiu em hibernação.
Com a decisão de reativação da unidade, destaca a direção da Petrobrás, “o projeto passa a integrar a carteira em implantação do Plano Estratégico vigente e a Petrobrás dará início aos processos de contratação para retomada das obras da Unidade. O investimento estimado para conclusão da UFN-III é cerca de R$ 3,5 bilhões e a previsão de início de operação é 2028″, diz outro trecho do comunicado.
A UFN III tem um potencial de produção anual de cerca de 1,2 milhão de toneladas de ureia e 70 mil de toneladas de amônia.
Sua planta está localizada estrategicamente próxima dos principais mercados consumidores deste insumos agrícolas (estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e São Paulo).
A amônia é uma matéria-prima para a produção de fertilizantes e petroquímicos, além de outros produtos agropecuários. Já a uréia é o fertilizante nitrogenado mais utilizado no Brasil, cuja demanda nacional é estimada em cerca de 7 milhões de toneladas para 2024, sendo integralmente importada.
“O setor de fertilizantes tem importância estratégica para a Petrobrás”, comentou a presidente da Petrobrás, Magda Chambriard.
“Estamos retomando os investimentos nesse segmento, a partir de estudos de viabilidade técnica e econômica, com o objetivo de contribuirmos para a redução da dependência da importação de fertilizantes no Brasil”, conclui.