A negociata escandalosa foi realizada dentro da Bolsa de Valores de São Paulo. O plano é passar as verbas públicas da Educação para os cofres de arapucas privadas. Estudantes e professores em pé de guerra
Jair Bolsonaro não só quebrou o Brasil e insuflou o vírus da Covid. Ele esquartejou empresas públicas, entre elas a Petrobrás, para vendê-las em fatias aos gringos, como fez com as refinarias, os gasodutos e a BR Distribuidora. Mas não foi só isso. Ele entregou para os picaretas que deram golpe nas Americanas o controle da Eletrobrás, a maior empresa de energia da América Latina. Agora, seu pupilo, Tarcísio de Freitas, depois de vender a Sabesp, empresa de saneamento altamente lucrativa e eficiente, resolveu vender as escolas públicas.
Passaram de todos os limites. Tarcísio realizou um leilão para vender escolas públicas do estado. A negociata escandalosa foi realizada dentro da bolsa de Valores de São Paulo. O plano é passar as verbas públicas da Educação para os cofres de arapucas privadas. O dinheiro vai ser gerenciado por grupos do tipo daquele laboratório privado no Rio de Janeiro, o “PCS Saleme”, que, terceirizado, deixava de testar HIV de órgãos a serem transplantados para aumentar seus lucros. Sim, porque a busca do lucro desses grupos privados vem em primeiro lugar. Já imaginaram aulas sem professores para economizar custos?
Até a Fazenda Santa Elisa, que abriga o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), no interior paulista, que é usada pelo Instituto para pesquisas, o bolsonarista de plantão no Palácio dos Bandeirantes está querendo vender. A medida preocupa profissionais que atuam na pesquisa agrícola, pois na área está o maior banco de germoplasma de café do Brasil e um dos mais importantes do mundo, o que permitiu o desenvolvimento de variedades do grão. “Não dá para ficar se apegando à área, patrimônio”, disse o picareta.
No setor elétrico, a promessa dos privatistas era a seguinte: vamos privatizar o sistema. Com isso, os serviços vão melhorar e as tarifas vão cair. Venderam todas as empresas públicas do setor. Trinta anos depois do início das vendas, o brasileiro paga hoje uma das tarifas de energia mais caras do mundo e o serviço é de péssima qualidade. Exemplo marcante disso é o desastre da empresa italiana Enel, que deveria prestar serviços de qualidade em São Paulo e não presta. Não é por acaso que em todo o mundo centenas de reestatizações estão sendo feitas. A queda da qualidade e a alta das tarifas são gritantes.
Não estamos falando aqui de diferenças de visão sobre a melhor forma de gerenciar os serviços públicos ou as empresas estatais. A discussão não é essa. Estamos falando de roubo descarado. Negociatas criminosas. Assalto ao dinheiro público em plena luz do dia. Já não basta a ação do bolsonarista Campos Neto no Banco Central que, com seus juros pornográficos, vem garantindo que os bancos sangrassem os cofres públicos em mais de R$ 850 bilhões por ano. Eles querem acabar também com o ensino público no Brasil. Ganhar dinheiro roubando a Educação.
O fascismo bolsonarista é só roubalheira e devastação. Eles não passam de pura demagogia. Falavam em patriotismo mas puxaram o saco do governo dos EUA até não poderem mais. Falavam em liberdade econômica, desregulamentações, etc, mas o que fizeram de fato foi aumentar a escravização do povo e precarizar os empregos para servir aos poderosos e exploradores. Promoveram o ‘liberou geral’ da grilagem de terras, venderam as empresas públicas, congelaram salários, cortaram direitos, atacaram sindicatos e sequestraram o BC para jogar os juros na lua.
Uma bandalheira geral é o que eles fazem. Agora até as escolas vão entrar na dança. Estudantes e professores estão denunciando o assalto de Tarcísio à Educação. Eles convocam uma manifestação nesta terça-feira (29) contra a privatização das escolas paulistas. A entrega dessas unidades para a iniciativa privada seria para a construção, manutenção, conservação, gestão e operação dos serviços “não pedagógicos” em novas unidades. Mas, segundo assume o governo, o plano é privatizar ao menos outras 500 escolas do Estado que já estejam em funcionamento.
Os estudantes e as entidades como a União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES) convocaram ato em frente a Bolsa de Valores (B3) para impedir a entrega de escolas públicas paulistas para empresas privadas. “O governador que não quer governar resolve atacar a Educação de São Paulo e privatizar a gestão das escolas estaduais. O mesmo entreguista que privatizou a Sabesp, quer transformar a nossa educação em uma nova Enel: ruim, cara e que só atende os ricos”, denuncia a UMES-SP em sua convocação para o ato.
O Governador Forasteiro já respondeu pelo crime eleitoral ?