O Governo Federal anunciou nesta quarta-feira (30) investimentos da ordem de R$ 1,6 trilhão em projetos ligados à Missão 3 Nova Indústria Brasil (NIB), previstos até 2029. O ato, conduzido pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, em Brasília, contou com a participação do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, e da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.
De acordo com o governo, o objetivo da Missão 3 do NIB é melhorar a qualidade de vida nas cidades, integrando mobilidade sustentável, moradia, infraestrutura e saneamento básico.
“É investimento recorde. Esse investimento é o que mais gera emprego. Construção civil é emprego na veia. Ele é rápido, impulsiona a atividade econômica, melhorando a qualidade de vida das pessoas. Estamos falando de moradia, saneamento básico, energia renovável, estamos falando de mobilidade”, explicou Alckmin.
Do total dos recursos, 75% serão provenientes da iniciativa privada.
A ministra Luciana Santos detalhou a contribuição do MCTI para esta nova fase da NIB. “Nós assinamos hoje a contratação de 10 projetos, através da Financiadora de Estudos e Projetos, no valor total de R$ 157,2 milhões. A nossa previsão é de que, até o final de 2026, teremos contratado cerca de R$ 4 bilhões em projetos relacionados aos temas dessa missão “, completou a titular do MCTI.
O presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, assinalou que a industrialização do país vai garantir que a economia cresça de maneira sustentada, para o descontentamento dos pessimistas.
“Depois de muito tempo, presidente, é a primeira vez que a indústria lidera o crescimento, neste último trimestre. E o investimento lidera o crescimento. Portanto, teve uma mudança de qualidade. A agricultura é fundamental. O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de alimento do planeta […] mas a indústria é decisiva para gerar mais valor agregado, inovação, gerar empregos qualificados e dar suporte tanto às outras atividades, inclusive à agricultura”, esclareceu Mercadante.
LINHAS DE CRÉDITO
R$ 113,7 bilhões, oriundos das linhas de crédito e subvenções do Plano Mais Produção (P+P), serão investidos, dos quais R$ 48,6 bilhões já foram direcionados para projetos desde 2023, com outros R$ 65,1 bilhões disponíveis até 2026.
Criado como um mecanismo duradouro de financiamento para a Nova Indústria Brasileira (NIB), o Mais Produção recebeu um aporte adicional de R$ 63 bilhões da Caixa Econômica Federal, elevando o total de recursos para R$ 405,7 bilhões destinados a projetos alinhados às seis missões da NIB. Além da Caixa, o Plano Mais Produção inclui outras instituições parceiras, como BNDES, Finep, Banco do Nordeste (BNB), Banco da Amazônia (Basa) e Embrapii.
PROJETOS
Dos recursos da Finep, quase R$ 10 milhões irão para o projeto de um “barco voador”, veículo capaz de voar sobre a lâmina dos rios. A tecnologia vem sendo desenvolvida pela startup amazonense AeroRiver. O equipamento poderá transportar até 10 passageiros, inclusive em períodos de seca, alcançando 150 km/h. Os demais projetos envolvem soluções para a aviação sustentável, centros de pesquisa e tecnológicos, remanufatura de resíduos e desenvolvimento de caminhão elétrico autônomo para uso industrial, entre outros.
No início de outubro, a empresa vinculada ao MCTI também assinou um contrato com a Embraer. Trata-se de um projeto de subvenção econômica no valor de R$ 63,3 milhões, com contrapartida de igual valor pela fabricante de aeronaves, para desenvolvimento de tecnologias que permitirão projetar e fabricar asas de alta eficiência aerodinâmica e estrutural em material compósito e de tecnologias associadas à maior automação de tarefas da tripulação.
O Programa Mais Inovação também abriu novas chamadas, com foco na sustentabilidade, para o desenvolvimento de projetos inovadores com recursos não reembolsáveis, para as empresas realizarem em parcerias com ICTs. São elas: Aviação Sustentável (R$ 120 milhões), Resíduos, Saneamento e Moradia (R$ 80 milhões) e Mobilidade Urbana (R$ 150 milhões).