Após quatro governadores que foram eleitos pela Ação Democrática nas eleições regionais de outubro na Venezuela comparecerem à “constituinte” de Maduro para o beija-mão, o ex-candidato a presidente e ex-governador do estado de Miranda, Henrique Capriles anunciou sua saída da coalizão oposicionista neoliberal MUD. Movimento que foi repetido pela chefe do partido de extrema direita Vente Venezuela (VV), a ex-deputada Maria Corina Machado. Os quatro governadores são Laidy Gómez (Táchira), Antonio Barreto Sira (Anzoátegui), Ramon Guevara (Mérida) e Alfredo Díaz (Nueva Esparta).
A saída do VV havia sido antecipada em agosto, quando em uma entrevista Machado anunciou que estava abandonando o MUD porque não iria participar das eleições regionais. Agora, ao concretizar sua promessa, ela disse que o MUD “era história e era passado” devido à “sua incoerência e inumeráveis erros”, Para Capriles, o juramento diante da ‘constituinte’ “é suicídio político”.
Apenas o governador de Zulia, Juan Pablo Guanipa, que é do partido Primero Justicia, não compareceu ao juramento à ‘constituinte’ de Maduro. Mas, como lembrou o presidente dos “adecos” – como os integrantes da Ação Democrática são chamados comumente -. Henry Ramos Allup, o deputado do PJ Julio Borges voltou à República Dominicana para entabular negociações com o governo, como já fizera em setembro passado. Allup é tido como provável candidato a presidente da República no próximo ano.
O que Maduro e Alupp exatamente acertaram, pelas costas do movimento popular, ainda não se sabe. A intermediação vem sendo do ex-primeiro-ministro socialista espanhol, José Luis Zapatero. Já o deputado Freddy Guevara, do Partido Voluntad Popular (VP), fundado pelo chefe da guarimba Leopoldo López, ainda sob prisão domiciliar, afirmou que o MUD vive “momentos de definição” e que “não se pode estar com Deus e com o diabo”. Todos esses deslocamentos estão acontecendo em meio a acusações mútuas de “traição”.