Banco defende que Selic suba mais meio ponto percentual, o que representa mais gasto de R$ 25 bilhões pelo governo
O Itaú Unibanco registrou lucro líquido de R$ 10,7 bilhões no terceiro trimestre deste ano, um aumento de 18% ante o mesmo período do ano passado. Frente ao segundo trimestre, o lucro cresceu 6%, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira (4).
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE em inglês), a rentabilidade do banco, foi a 22,7%, alta de 1,6 ponto percentual no ano, superando em muito, por exemplo, o Bradesco (12,4%).
As receitas com serviços, cartões de créditos, financiamento de carros, imóveis e seguro estão entre os fatores que impulsionaram o resultado do trimestre, segundo o banco, alavancados pelas altas taxas de juros cobradas pelo sistema financeiro.
Um vergonhoso spread bancário (a taxa de juros cobrada pelos bancos para empréstimos e a taxa paga para os depositantes), entre os maiores do mundo, sufocando o setor produtivo que amarga altos e baixos em sua produção e vendas. Além de arrancar o couro dos consumidores, como, por exemplo, com os juros do cartão de crédito, mais de 400% ao ano.
Não à toa, o Itaú defende que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central acelere o ritmo de aperto monetário, elevando a taxa básica de juros em mais 0,50 ponto percentual (p.p.) na reunião que se realiza nesta terça (5) e quarta-feira (6), elevando a Selic de 10,75% para 11,25% ao ano. Assim garantem seus gordos lucros às custas do dinheiro público, através do pagamento de juros da dívida pública que em doze meses até agosto atingiu R$ 855 bilhões.
Relatório assinado pelo economista-chefe do banco, Mario Mesquita, divulgado no dia 1/11, defende que “as autoridades devem julgar apropriado este aumento do ritmo, avançando mais rapidamente em território contracionista”.