Em nota, indústria de Minas manifesta “profunda preocupação e insatisfação com a postura do Copom”
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) declarou que a elevação da Selic pelo Banco Central em mais 0,5 p.p., de 10,75% para 11,25%, coloca a “economia em estado de alerta”.
Em nota, divulgada após a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), nesta quarta-feira (6), afirma que “o aumento da Selic reduz a capacidade produtiva, desestimula investimentos e gera impactos sistêmicos profundos. Para a indústria, os juros altos impõem desafios significativos, restringindo a capacidade de investimento e reduzindo a competitividade, com reflexos negativos sobre o crescimento econômico, a geração de empregos e a renda da população.”
A FIEMG manifesta ainda “sua profunda preocupação e insatisfação com a postura do Copom ressaltando a importância de uma abordagem mais equilibrada nas próximas reuniões”.
Ao contrário de aumentos, como os efetivados nas duas últimas reuniões do Copom, “é essencial considerar cortes na Selic como uma necessidade urgente para estimular o setor produtivo nacional e evitar que a economia brasileira entre em um ciclo de estagnação”.
O Copom justifica o aumento da Selic, taxa básica da economia, devido ao impacto da seca sobre os preços de alimentos e energia elétrica, ou seja, que haverá adiante um aumento na inflação. Pode-se perguntar, como que o aumento da Selic vai conter esses aumentos?
O verdadeiro motivo, ou seja, frear a expansão da atividade econômica e de mercado de trabalho aquecidos evidencia ainda mais a política monetária contracionista do Banco Central. Poder-se-ia também perguntar, sem o crescimento da economia como o governo poderia arrecadar mais, investir mais, arregimentar o capital privado, conseguir mais crescimento econômico, mais empregos, colocar a economia em prol do desenvolvimento?.
Aos bancos e ao rentismo parasitário interessam conter os investimentos públicos do governo para sobrar mais para o pagamento da dívida pública, e para sobrar da onde não tem, impor, inclusive com a recente chantagem de elevação do dólar, a política de cortes do orçamento que estão sendo anunciados. Arrancar dos pobres para fausto de poucos biliardários. A elevação de 0,5 ponto na Selic aumentará em 26 bilhões de reais os gastos da União com os juros dos títulos públicos, conforme o Dieese.
Numa canetada esses bilhões derrubam o dinheiro a serem subtraídos do BPC, seguro desemprego, da saúde, educação e outros recursos destinados aos direitos sociais.
J.AMARO