O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta terça-feira, 12 de novembro, o projeto de lei nº 7133/2017, que institui o Dia Nacional do Maracatu, comemorado em 1º de agosto. O maracatu, uma das expressões culturais mais tradicionais de Pernambuco, é celebrado como símbolo da cultura afro-brasileira, destacando dança, ritmo e indumentária.
“O dia de hoje muda, definitivamente, a compreensão e a visão que a gente tem dessa arte cultural do nosso povo brasileiro, que é o maracatu. Significa que o Estado tem que assumir a responsabilidade de fazer com que isso chegue aonde nunca chegou e que seja visto por quem nunca conseguiu ver”, afirmou Lula durante a cerimônia no Palácio do Planalto. Ele pontuou o compromisso do Governo Federal de difundir essa manifestação cultural: “Precisamos transformar o maracatu numa arte de conhecimento de todo o povo brasileiro”.
A proposta foi apresentada pela ex-deputada federal e atual ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, que destacou a importância do reconhecimento nacional: “Quando falamos de maracatu, falamos de ritmo musical, de percussão, de dança, vestimenta, de sincretismo religioso, de expressão popular, falamos da nossa história. A instituição de uma data nacional nos ajuda a dar visibilidade e fortalecer o maracatu e o trabalho de nossos fazedores de cultura, guardiões e construtores de nossa identidade”, afirmou a ministra, que ressaltou a pertinência da sanção no mês da Consciência Negra.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, também enfatizou a relevância cultural: “Esse dia é um marco que nos convida a celebrar, preservar e valorizar essa manifestação rica da história de resistência e identidade. O maracatu é muito mais do que uma dança, é um grito, é uma celebração da cultura popular brasileira, que traz consigo a memória dos nossos ancestrais. Ela une comunidades, resgata tradições e alimenta a alma de quem participa e de quem assiste”, declarou.
A escolha do 1º de agosto homenageia o mestre Luís de França, que liderou o Maracatu Leão Coroado, grupo fundado em 1863 e ainda em atividade no Brasil. O maracatu remonta ao período colonial, originado como uma reinterpretação das coroações de reis e rainhas do Congo pelos africanos escravizados, integrando elementos de diversas culturas ao longo dos séculos.