O Itaú lucrou R$ 10,675 bilhões. O Bradesco, R$ 5,2 bilhões e o espanhol Santander obteve um lucro líquido de R$ 3,664 bilhões no terceiro trimestre de 2024
O lucro somado dos três maiores bancos privados do Brasil subiu 19,4% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, atingindo o montante de R$ 19,6 bilhões.
O Itaú divulgou um lucro líquido de R$ 10,675 bilhões no período. Uma alta de 18,1% frente ao mesmo período do ano passado. O Bradesco reportou lucro de R$ 5,2 bilhões no trimestre avaliado, um aumento de 13,1% na mesma comparação, e o espanhol Santander obteve um lucro líquido de R$ 3,664 bilhões no terceiro trimestre de 2024, uma alta de 34,3% na comparação anual.
Os saldos das carteiras de créditos dos bancos vão, também, muito bem, variando em +10% do trimestre de 2023 para o de 2024. Os astronômicos lucros são regularmente obtidos sobre os empréstimos a juros escorchantes.
Por banco, o aumento da carteira de crédito foi: Itaú 9,9%. Bradesco e Santander tiveram crescimentos menores de 7,6% e 6,6%, respectivamente, segundo dados divulgados pelo Valor. Apesar de mais esse bom momento para a banca, trabalhando com o terceiro maior “spread” (diferença entre os custos do dinheiro captado e o preço do dinheiro emprestado) do mundo, seus porta-vozes na mídia vêm a público colocar que apesar da atual situação “o futuro é incerto”. Segundo o Banco Mundial, no Brasil o spread de 27,4% perde apenas para o Zimbábue e Madagascar.
Com as altas de taxas de juros cobradas pelos bancos e com uma das maiores taxas básicas de juros do planeta (Selic), imposta pelo Banco Central, o cartel dos bancos só pensa numa coisa: poder manter sem “sobressaltos” esses seus lucros enormes, arrochando o setor produtivo e as famílias brasileiras.
Para isso, pressionam por cortes no orçamento público e mantêm suas projeções de taxas de juros nas alturas do Everest, provocando um tombo no consumo das famílias e a retração dos investimentos, que já se encontram na faixa dos 16,8% quando o mínimo necessário para um crescimento sustentado seria de 25%, conforme avaliação de economistas e empresários da indústria.
É impossível não registrar que os principais lobistas pelos cortes no BPC, do salário mínimo, da Previdência Social dos programas de inclusão, a educação, a saúde, etc, incluiu uma visita da Febraban ao presidente da República, organizada por Fernando Haddad. Esta visita serviu para que os banqueiros defendessem o aumento das taxas de juros e os cortes nos gastos sociais.