Um boletim especial divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) para o Dia Consciência Negra revela que, apesar de alguns avanços em relação à queda da desigualdade no país, muito ainda temos que percorrer. Os dados mostram que pretos e pardos ganham 40% menos que o conjunto dos trabalhadores, além de enfrentarem as maiores taxas de desemprego.
Enquanto o rendimento médio dos trabalhadores negros é de R$ 2.392 por mês, os trabalhadores brancos ganham R$ 4.008.
A pesquisa mostra que a média nas diferenças salariais abaixo do total dos trabalhadores se dá porque os negros são minoria nas profissões mais bem pagas. Segundo os dados do Dieese, nas 10 ocupações mais bem pagas, os negros representam 27%. Ao mesmo tempo, são 70% dos trabalhadores com piores salários e a maioria em trabalhos informais, além de serem os mais afetados pelo desemprego.
Como exemplo, o Dieese cita que, “uma em cada seis mulheres negras trabalha como empregada doméstica”. Segundo o órgão, o rendimento médio das domésticas sem carteira é R$ 461 menos que o salário mínimo [hoje, R$ 1.412].
“Os negros enfrentam maiores taxas de desemprego, há maior concentração de negros em profissões com baixos rendimentos, além de alta informalidade”, afirma o Dieese. “A discriminação que esses trabalhadores sofrem dificulta a ascensão na carreira e faz com que as desigualdades de rendimento cresçam ao longo da vida”, afirma o órgão.