“É urgente uma ação contra o genocídio perpetrado por Israel que está ceifando vidas e semeando o horror em todo o Oriente Médio”, declarou o deputado Mário Maurici ao abrir a sessão alusiva ao Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino e em solidariedade aos povos palestino e libanês pelo morticínio imposto pelas bombas e mísseis israelenses fornecidos por Washington.
Como foi ressaltado por diversos dos pronunciamentos, a sessão se deu no momento em que se abre novo ciclo de luta pelo isolamento e combate ao regime genocida de Israel com a ordem de prisão contra o chefe do massacre contra o povo palestino, o primeiro-ministro de Israel, Netanyahu e seu ex-ministro da ‘Defesa”, o “açougueiro de Gaza”, como denominou em sua participação o presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), Ualid Rabah.
Durante a sessão, se produziu um debate com lideranças da comunidade árabe de São Paulo e sindicalistas, políticos e ativistas de direitos humanos. Pela representatividade e relevância dos diversos ângulos de denúncia do massacre que já assassinou 44 mil palestinos na Faixa de Gaza e 3.500 libaneses antes do cessar-fogo provisório, reproduzimos os principais trechos dos pronunciamentos:
“É urgente uma ação contra o genocídio perpetrado por Israel que está ceifando vidas e semeando o horror em todo o Oriente Médio”, declarou o deputado Mauro Maurici que presidiu a sessão solene e realizou o primeiro pronunciamento
“Um massacre está sendo imposto aos palestinos todos os dias bombas explodem deixando um rastro de sangue. Em Gaza já são mais de 44 mil mortos, dos quais 17 mil são crianças. São milhares que ficaram mutiladas”, prosseguiu.
“O presidente Lula foi o primeiro líder mundial a denunciar o genocídio. Também vetou a compra de 36 veículos blindados que seriam fornecidos por uma empresa israelense. Negócio com potencial de atingir a cifra de um bilhão de reais. Espanha e Irlanda vêm articulando com outros países da Europa a anulação de acordos especiais com Israel devido a violações de direitos humanos.
“É preciso que aumente o número de países que se posicionam contra o genocídio e estabelecer sanções que obriguem o governo de Israel a repensar sua postura. Temos que romper a blindagem midiática que protege o agressor e passa um mensagem que traz uma leitura enviesada do conflito.
“Temos que erguer a nossa voz, pois quem se cala diante de uma injustiça escolhe o lado do opressor. Toda a solidariedade aos povos palestino e libanês e clamo por um cessar-fogo imediato.
Veja o vídeo com o evento solidário:
O deputado foi seguido por Walter Pinheiro, pastor da Igreja Betesda, que lamentou o fato de “a maior parte das lideranças evangélicas defenderem Israel sem saber o que estão defendendo. Eu não percebia o povo palestino e seu sofrimento. A partir de uma discussão com um colega de escola, aos 19 anos, comecei a travar contato com o movimento palestino, a estudar a história palestina, a me inteirar das crianças palestinas mortas neste conflito. Eu, seguidor de Jesus Cristo, o nazareno, que defendeu os marginalizados, estava renegando a minha fé. Percebi que estava do lado errado da história, percebi que, ao me posicionar incondicionalmente por Israel, estava do lado do imperialismo dos Estados Unidos. Como disse Jesus no Sermão da Montanha: ‘Bem-aventurados são aqueles que têm sede e fome de justiça’. Toda a solidariedade aos libaneses e palestinos”.
Seguem os demais pronunciamentos:
Hassan Abdala, Imã da mesquita Rassul Allah
“Estamos aqui para afirmar o encontro dos caminhos, a unidade deste sangue que está sendo derramado, da Palestina ao Líbano, do querido Iêmen ao Iraque, da querida Síria, do Irã islâmico. Saudamos todas as vozes livres que se levantam desde os Estados Unidos, da Europa, por todo o Planeta em defesa desta causa humana.
“Uma das consequências desta dor e deste sangue injustamente derramado é a união entre as nações. Estamos travando uma luta que não libertará apenas os seres humanos árabes e islâmicos, mas todos os seres humanos de todas as religiões e ideologias do mundo. Viva os combatentes! Saudação aos mártires! Saudação a todas as vozes do mundo que se erguem para condenar a injustiça e o genocídio! Saudação ao governo brasileiro. Viva o grande presidente Lula da Silva. Viva o Brasil! Viva a Palestina livre e independente! Viva o Líbano! Que a paz esteja convosco!”
Pastor Ariovaldo Ramos, fundador da Frente Evangélica:
“Há momentos na história da humanidade em que toda a civilização é colocada à prova e hoje estamos assistindo a atos vergonhosos contra o povo palestino, que na verdade significa a culminância de 75 anos de opressão.
“Era previsível o aumento do nível de opressão, simplesmente porque ela foi durante décadas consentida. Vivemos um estágio da história em que povos são submetidos à humilhação e à injustiça. É ápice de uma opressão assistida e consentida pelo mundo durante 75 anos.
“Não se pode calar, não se pode normalizar isso e temos que exigir o tempo todo que a humanidade reaja”.
Sheikh Muhamad Al Bukai, líder religioso da mesquita Brasil
“O povo brasileiro e o governo brasileiro têm se posicionado de forma humanitária, quero agradecer a isso. O povo brasileiro tem se unindo em torno desse sentimento de perceber a dor de um povo tão distante. É muito gratificante ver isso.
“Isso nos dá uma grande esperança.
“O alcorão responde aos que se perguntam por que Deus não resolve os problemas de um povo injustiçado: ‘Todas as dores que nós enfrentamos nas nossas vidas têm propósitos. Um deles é a avaliação das pessoas: Quantas máscaras caíram? Quantas mentiras foram reveladas diante dessa crise? Quanto nós aprendemos e deixamos para as futuras gerações? ’”
“Vejam que o Holocausto que aconteceu no passado e foi durante bastante tempo escondido”, prosseguiu o sheikh, “hoje nós estamos testemunhando um genocídio, que o estamos vendo com nossos olhos. Só com comportamentos como o do povo brasileiro que temos muita esperança”.
“Muito nos honra estar aqui ao lado de tantos que não se calaram ao longo destes anos. Muitos se recusaram a calar, a naturalizar toda a barbárie, todo o genocídio”, disse Jade Percassi – diretora do MST
“Vocês são a presença viva que nos dá essa fé, essa convicção na causa justa, na luta do povo até a vitória final. Vamos lembrar que ao longo deste ano fizemos marchas, arrecadações, demos entrevistas, mas isso não é suficiente, devemos lembrar dos que tombaram, dos que correm perigo na Palestina e no Líbano e lutar para o fim dessa devastação e para que o governo brasileiro rompa relações com Israel. Palestina livre!”, proclamou Jade.
Sheikh Hussein Khaliloo diretor do Centro Islâmico de Diálogo Inter-Religioso e Inter-Cultural:
“Estudamos na história que houve um tempo em que crianças eram enterradas visas. Estudamos na história que os nazistas mataram tantos, e dissemos “Nunca Mais!” Mas, hoje, seguimos observando os sionistas matando povos oprimidos. Seja na Palestina, seja no Líbano ou outros países da região.
“Apesar das distorções de uma mídia predominante, há um grande número de jornalistas que trabalham para mostrar a realidade para os povos do mundo. Povos em todo o mundo que estão acordando, despertando, descobrindo uma realidade que alguns tentaram manter encoberta. Estão as manifestações nas ruas de tantos países. Os povos do mundo se transformam, cada vez mais, na voz dos que sofrem sob a agressão. É om esse apoio crescente que temos a certeza de que chegará o momento em que a Palestina será livre, o Líbano será livre”.
“Estamos aqui enquanto jornalistas conscientes buscando romper o cerco dessa narrativa hegemônica”, declarou Norian Segato – diretor da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj).
“Estamos ainda diante de um cerco midiático”, acrescentou, “estamos diante de uma mídia comprometida com os interesses estadunidenses, os interesses sionistas. Os interesses dos que exercem a opressão. Mas por que um jornalista se levanta aqui para falar? É porque existem vozes dissonantes neste país. É nesse sentido, que mantemos, na primeira página do nosso site um dossiê do genocídio”.
“É esse esforço de mostrar o outro lado que fazem centenas de jornalistas que estão em Gaza e é por isso que jornalistas estão sendo assassinados como nunca antes, nunca em nenhum conflito anterior.
“As forças de Israel assassina jornalistas deliberadamente. Já são mais de 150 jornalistas mortos.
“Israel quer matar a verdade para evitar que o mundo saiba de seus crimes, mas o mundo está sabendo. Nós estamos vencendo a guerra da informação. Israel está, de forma cada vez mais demonstrada tendo seus crimes expostos e desmascarados”, finalizou Norian.
Jamil Murad – diretor do Cebrapaz, denunciou “esse regime que se constituiu Israel mata, prende, expulsa de suas casas, durante todo o século XX e continua com sua prática criminosa por este início do século XXI”.
“Foram ocupando terra. A ONU disse que ali iriam surgir dois Estados, mas o plano dos sionistas era impedir o surgimento do Estado Palestino e o faz até hoje.
“Eles dizem “estamos combatendo o Hamás”. Que mentira! Que hipocrisia! Eles acham que as pessoas não têm capacidade de enxergar a realidade?
“Antes de sequer existir o Hamas eles já matavam, prendiam, expulsavam, usurpavam terras, destruíam aldeias…
“Estive em Gaza e fui ao túmulo de Ahmed Yassin, paraplégico e cego. O mataram por causa das suas ideias, porque ele queria a Palestina livre. Mataram a ele e matam líderes palestinos, libaneses, é uma política de extermínio por todas as formas, mas os povos estão se levantando e Israel nunca esteve tão isolado como agora e nós vamos seguir no combate e vamos vencer!”, conclamou Jamil.
A categoria dos jornalistas esteve presente com Thiago Tanji – presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo: “Nosso sindicato tem se posicionado de forma contundente em defesa do povo palestino. Essa dificuldade de furar a bolha midiática, é com ela que trabalhamos e a ela nos confrontamos todo dia. Trabalhamos junto com a FENAJ, que congrega 31 sindicatos de jornalistas. Até hoje 150 jornalistas foram assassinados na Palestina e no Líbano. Um número que nunca aconteceu antes. Isso quer dizer que a nossa categoria de jornalistas no mundo inteiro também está nessa luta. Estamos conscientes de que temos que lutar contra o apartheid do século XXI. E é por isso que temos que dizer de forma muito determinada: Viva o povo palestino! E logo estaremos aqui para comemorar uma vitória que é de todos os povos que é o marco que precisamos atingir para viver em paz”.
Fuad Ashcar – diretor da Federação de Entidades Americano-Árabes, denunciou o ataque a sítios históricos no Líbano e Síria e a invasão da Palestina patrocinada pelo movimento sionista: “Da Europa foram para a Palestina e lá ocuparam a nossa terra. Para isso submetem toda a região à guerra, estamos aqui denunciando o massacre dos palestinos, dos libaneses, mas, atacaram hoje duas vezes a Síria”.
“Contam com o apoio do sistema norte-americano e outros dos países centrais. Não se contentam em ocupar terra; destroem também a história da humanidade. Atacaram esta semana Palmira, atacaram Tiro e Sidon no Líbano”, exemplificou Fuad.
Ziad Ahmed, diretor do Centro de Divulgação do Islã para a AL destacou que “estamos vendo Israel praticar o genocídio do povo palestino há anos. Não nos esqueceremos da Jenin, não esqueceremos de Sabra e Shatila, e devemos ficar alerta, porque vencemos o nazismo na Europa, mas ele não acabou, se transfigurou no sionismo nos dias de hoje. Nosso papel é divulgar por todos os meios a informação e desmascarar cada vez mais o Estado de Israel”.
“A Palestina existe. Existe e é milenar. Nós temos que dizer é chega de matança e liberdade para ela e seu povo”, disse ainda Ziad.
Nathaniel Braia – editor de Internacional do jornal Hora do Povo e secretário do Sindicato dos Escritores do Estado de São Paulo acrescentou que “todos já vieram aqui e denunciaram os fatos que vêm acontecendo há 75 anos e o acirramento da limpeza étnica neste momento. Mas há um fato novo para o qual quero chamar a atenção: um fato novo que nos chama à ação”.
“O primeiro-ministro de Israel acaba de ser condenado por crimes de guerra e crimes contra a humanidade”, prosseguiu Braia.
“Foi expedido contra ele e seu ministro da ‘defesa’ ordem de prisão pelo Tribunal Penal Internacional, o TPI, que até aqui servira apenas para atacar líderes africanos e recentemente atacou o presidente russo, Vladimir Putin, agora foi forçado a baixar essa ordem de prisão. E muito se deve a manifestações, encontros, publicações como é o que estamos vendo aqui hoje.
“Devemos, diante desses avanços, ser mais incisivos em nossas premissas em nossas exigências. Ao lado de consignas como cessar-fogo já, fim ao genocídio, devemos acrescentar uma: ‘Cadeia par Netanyahu’”, propôs.
“Vamos atuar para que Israel se torne cada vez mais claramente um Estado pária devido aos infindáveis crimes que cometeu e segue chafurdando cada vez mais no sangue dos povos do Oriente Médio. Vamos estabelecer uma situação em que suas autoridades criminosas não possam circular pelo mundo como se estivesse tudo bem.
“Presenciamos também os Estados Unidos vetarem na ONU, mais uma vez, em defesa dos crimes israelenses, uma resolução que simplesmente pedia um imediato cessar-fogo ou seja deter o morticínio.
“Que a Assembleia Legislativa de São Paulo aprove uma moção dirigida ao Congresso Nacional e ao governo brasileiro para que adira à decisão do TPI e decrete mandado de prisão de Netanyahu se este criminoso ousar pisar em solo brasileiro”, sugeriu.
INTOLERÁVEL CRIME DE RACISMO
“Uma vez que o apartheid de Israel é um regime essencialmente racista, considerando que o racismo é por lei, crime inafiançável e imprescritível, que esta casa se mobilize para disseminar a ideia e pedir que se legisle estabelecendo a devida condenação ao brasileiro que sirva no exército genocida de Israel, por crime de racismo”, propôs ainda Braia.
“Não podemos admitir que um brasileiro saia daqui para agredir, massacrar um povo irmão como é o povo palestino.
“Finalizo dizendo que o exemplo do povo palestino, o apego do povo palestino a sua pátria, mesmo diante de tantas vicissitudes, é um exemplo para o povo brasileiro e todos os povos no sentido de nos libertar da opressão nacional que ainda sofremos sob o tacão hegemonista de Washington. Vamos nos libertar, libertar nossas forças produtivas e desenvolver uma nação que atenda as necessidades e melhoria constante da vida do nosso povo”.
O pronunciamento seguinte foide Ualid Rabah – presidente da Fepal.
“Estamos aqui para celebrar a data nacional do Líbano, 29 de novembro. No dia 29 de novembro também celebramos o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino. A data instituída em memória àquele dia fatídico de 29 de novembro de 1947, quando sob auspícios estadunidenses foi instituída a oficialização da usurpação, do genocídio que já havia começado antes, em 29 de setembro de 1923, com o início do mandato britânico na Palestina”, relatou Ualid.
“Devemos sim, nos recordar de algumas datas, pois a história dessa limpeza étnica não começou agora.
“Nestes 410 dias essa limpeza étnica se intensificou: segundo os dados oficiais já se aproximam de 55.000 o número de palestinos assassinados em Gaza, considerando os 10 mil sob escombros. Segundo a conceituada revista médica The Lancet, a proporção de mortos, para as mortes diretas pelas bombas israelenses é de 5 mortes indiretas desta agressão, portanto devemos computar em 225.000 palestinos assassinados neste crime sanguinário”, denunciou o representante da comunidade palestina no Brasil.
“Para se ter uma ideia da dimensão desta matança, não apenas em termos absolutos, mas na proporção com a população de dois milhões em Gaza, seria como 20 milhões de brasileiros mortos. E o pior ainda é que nunca houve uma proporção tão elevada de mortes de crianças e mulheres, 70% dos assassinados. 22 mil crianças exterminadas em Gaza; 10 mil crianças para cada milhão de habitantes.
“Estados Unidos, verdadeiro dono deste genocídio televisionado, com o seu capo no Oriente Médio, o Estado de Israel, extermina 3,5 vezes mais e mais rápido do que a matança do período hitlerista”, enfatizou.
“Estamos diante de um extermínio, um genocídio, diante das TVs assistimos à aplicação da Solução Final (como costumavam dizer os nazstas), desta vez contra o povo palestino.
“Assassinam os jornalistas para tentar abafar a dimensão de seus crimes, apagar os testemunhos e os vestígios de seus crimes. Mas o heroísmo dos jornalistas em Gaza não permite que este massacre seja escondido dos olhos do mundo.
“Não conseguiram, tanto assim que tivemos agora a decretação de prisão do primeiro-ministro de Israel, Netanyahu, bem como Yoav Gallant, seu açougueiro para Gaza.
“Somos nós que nos especializamos em crimes de lesa-humanidade: o colonialismo é europeu, a Segunda Guerra Mundial é Ocidental, o apartheid na África do Sul é ocidental, as bombas sobre Hiroshima e Nagasaki são norte-americanas, a escravidão dos africanos é ocidental, a agressão desmedida contra o povo vietnamita.
“É este colonialismo apodrecido que se volta hoje contra o povo palestino, o povo libanês, o sírio, o iraquiano, o iemenita.
“A decisão de resistir e a unidade na resistência é que nos levarão à vitória, recentemente, em Pequim, representantes de todas as forças palestinas se comprometeram com a unidade em defesa de nossa causa nacional.
Emir Murad – secretário-geral da Coplac (Confederação Palestina da América Latina e Caribe) contou que “a fundação da Coplac se deu aqui, neste plenário. O presidente Lula, então um destacado sindicalista estava presente trazendo o apoio dos trabalhadores a nossa causa, a quem eu quero agradecer a solidariedade, em nome dos palestinos da diáspora em todo este continente.
Emir exaltou a luta do povo palestino, que se resume em duas questões centrais: “Direito à Autodeterminação e o retorno dos refugiados”.
“São questões que só podem ser atendidas com a vitória sobre o colonialismo que nos aflige”, esclareceu Emir.
“Trago aqui”, disse Emir, “uma resolução da ONU de 3 de dezembro de 1982 que ‘Reafirma a legitimidade da luta dos povos pela independência, integridade territorial, unidade nacional, libertação da dominação colonial estrangeira por todos os meios ao seu alcance, inclusive a luta armada’”.
“Reafirma o direito inalienável do povo palestino e de todos os povos sob dominação estrangeira e colonial à livre determinação, à independência nacional, à integridade territorial e à soberania sem ingerência estrangeira”, segue a resolução.
“Portanto, é direito do povo palestino resistir e é dever do ocupante se retirar da Palestina e do Líbano. A Resistência está sendo vitoriosa, O custo em sangue está sendo muito grande, mas o povo está firme junto com a sua Resistência. O povo é resistência e será vitorioso, isso é fato comprovado ao longo da história. Resistência até a Vitória! Viva o povo palestino! Viva o povo brasileito!”
Hassan Ali Gharib, presidente da Associação Religiosa Beneficente Islâmica do Brasil (ARBIB) fechou o debate destacando os “410 dias de massacre, 410 dias de genocídio, 410 dias de destruição em massa”.
“410 dias se passam e o mundo assiste às crianças sendo assassinadas, mulheres e idosos sendo decepados pelos mísseis americanos, uma população por inteiro sendo injustamente arrastada de seus lares, um êxodo sem tamanho e tudo isso televisionado em tempo real, além da tentativa de dizimação em curso de um povo milenar que jamais se curvou nas diversas circunstâncias, mesmo na época da fundação do Estado artificial de Israel, denominado , dia da ‘Nakbah (a Catástrofe) ‘”, destacou Hassan.
“O diálogo sempre foi o primeiro passo para qualquer situação de anormalidades em qualquer canto deste mundo e nas mais diversas áreas, o povo Palestino fez de tudo para retomar aos lares de legítimo direito, mas os ouvidos externos permaneceram isentos e surdos até surgir as primeiras revoltas logo após a ocupação e daí em diante esse bravo e digno povo luta incessantemente para ter somente o que lhe é de direito”, argumentou o líder islâmico.
“Esse movimento sionista não tem limites para com as suas perversas ideologias e ganância, usando da força usurpadora ao seu modo imperialista, colonizador, assassino, e genocida, com o intuito de conquistar o mundo em comunhão com as forças colonialistas, em um desvio total dos princípios humanos, éticos e morais com as suas regras e normas, e tendo os Estados Unidos como seu tutor e fiador nas mais diversas barbáries cometidas até hoje ao redor do mundo, denunciou.
“O que o povo palestino vem praticando de resistência, desde 1948 ou até mesmo antes desta data, tem, como possui todo o direito, usado o seu direito de resistir, para a sua justa sobrevivência e a qualquer movimento que ameaça a sua própria existência dentro do território Palestino.
“Somos da paz e lutamos com o nosso sangue, alma e vida, para que a paz seja estabelecida, tudo nesta vida tem o seu limite, mais cedo ou mais tarde a verdade e o direito serão esclarecidos
“Curvar-se jamais, vender a Palestina como muitos dos países ao redor a venderam está fora do radar do eixo da resistência, o preço é caro, as vidas também, a destruição é enorme, mas a honra e a dignidade valem muito mais do que viver sem caráter e sob o domínio de um regime de apartheid”, proclamou.
“Hoje a ARBIB ( Associação Religiosa Beneficente Islâmica do Brasil) como as demais entidades Árabes e islâmicas do Brasil, vem agradecer imensamente ao nosso querido Presidente da República Federativa do Brasil , Sua Excelência, Luiz Inácio Lula da Silva, por todas as suas posições perante a questão da Palestina, como também agradece- lô pelo carinho e atenção que deu aos libaneses , salvando-os da guerra, agradecer também as forças aéreas brasileiras a FAB e seus comandantes, ao SUS, ao MDS, e a todas as autoridades governamentais e ONGs, que juntos estão empenhados neste trabalho e as demais associações beneficentes e entidades filantrópicas.
“Somos gratos ao Brasil por esse acolhimento, carinho e atenção dada não só ao povo árabe e sim a todos que aqui chegam, e os árabes não mediram e nem irão medir esforços para sempre estar cada vez mais contribuindo com esse abençoado Brasil, em todas as situações, e no que for preciso para mantermos essa rica convivência, harmonia e progresso nacional”.
“O tribunal Penal Internacional, muito tarde já deu o seu primeiro passo condenando o primeiro ministro de Israel, BiBi Netanyahu a prisão, vamos torcer para que continue com as justas causas, este tribunal.
“O choro de uma mãe vale todo esse universo que vivemos, o sangue de um injustiçado não tem preço que pague, a conta está por vir, nos tribunais da terra, hoje ou amanhã esse dia chegará.
“Como sempre frisamos e algumas entidades já trabalham nesta questão, que é da conscientização ao nosso querido povo brasileiro dos fatos que ocorrem na Palestina e sua verdadeira história.
“A mídia, paga e subordinada, deturpa demais o ocorrido, chega a dar nojo, você ver uma mídia querendo esconder com a peneira as mais de 44 mil mortes já contabilizadas na Palestina, com a desculpa de legitimidade da defesa das tropas sionistas israelenses contra o terrorismo, mais do que um absurdo.
“Não posso como não podemos deixar de homenagear todos os mártires, da Palestina, do Líbano e de todo o Eixo da Resistência, que com as suas vidas doaram aos livres do mundo esperança e um novo dia a ser desenhado com mais força e garra para seguirmos em frente.
“O mundo ainda desconhece o homem do século que se tornou mártir recentemente defendendo o ser humano e seus princípios sem distinção de crença, religião ou nacionalidade, Sayed Hassan Nasrallah, o símbolo da justiça do século XXI , o símbolo dos mártires deste século, o símbolo da esperança , a você Hassan Nasrallah a nossa homenagem pelo sacrifico de sua vida inteira em prol da defesa dos oprimidos da terra.
Mais uma vez agradecemos a essa casa e ao Deputado Maurici por receber a voz da Palestina. Viva o Brasil! Viva a Palestina!, concluiu Hassan Gharib.
Entre as presenças no evento da Alesp, destacamos o cônsul-geral Da República Árabe Síria em São Paulo, Imad Orfaly; a fundadora do Encontro de Mulheres Palestinas, Amira El Khalil; Assad Frangieh, representando o Movimento Libanês Marata; Khaled Mahassen, do PC libanês; Socorro Gomes, do Conselho Mundial da Paz; ex-deputado Salvador Khurieh; Abdul Jarour, presidente da Organização Humanitária Internacional Identidade Humana.