O discurso enfadonho do vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, recheado das mais delirantes reclamações contra o governo chinês, foi rebatido de imediato por Pequim, que condenou a “difamação” e a “estigmatização” com que estava impregnado.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying disse que os EUA “lançaram acusações sem qualquer base contra a política interna e externa da China e caluniou-a, garantindo que a China interferisse nos assuntos internos e nas eleições dos EUA”. “Isso nada mais é do que falar sobre boatos, confundir o certo com o errado e inventar algo do nada”, afirmou Hua, frisando que “é muito ridículo que os Estados Unidos estigmatizem seus intercâmbios e sua cooperação normal com a China como uma interferência chinesa em seus assuntos internos”.
Mike Pence não somente reiterou as suposições feitas recentemente por Donald Trump na ONU – de que a China tentou interferir na “democracia” americana -, como acusou Pequim de utilizar o comércio internacional, a expansão de seu exército e a pressão diplomática para tentar aumentar sua influência às custas de Washington. Ao vivo e a cores uma repetição da mesma surrada cantilena usada anteriormente contra a Rússia.
Completamente descolado da realidade, Pence disse que a China planeja o roubo “à grande escala da tecnologia dos EUA”. “Um alto funcionário de nossos serviços de inteligência me disse nesta semana que o que a Rússia está fazendo não se compara ao que a China está fazendo em todo o nosso território”, surtou.
As diatribes de Pence foram lançadas em meio a relatos de que, por meio de exercícios de suas tropas durante uma semana no Mar da China Meridional e no Estreito de Taiwan, o Pentágono vai fazer “uma demonstração global de força como um alerta para a China e demonstrar que os EUA estão preparados para deter e combater suas ações militares”.
Na semana passada, um navio de guerra chinês quase abalroou um navio de guerra norte-americano que folgou demais.