Para o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, juros elevados do BC inibem investimentos e geração de emprego
Em outubro deste ano, a criação de emprego com carteira assinada no Brasil desacelerou, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego. No décimo mês de 2024, foram gerados 132.714 mil postos de trabalho formais, saldo decorrente de 2.222.962 admissões contra 2.090.248 desligamentos no mês.
Em setembro, haviam sido gerados 251.560 mil postos de trabalho. Isso significa, que houve um recuo de 30,3% de um mês para o outro.
O resultado do emprego formal em outubro deste ano, em relação aos meses de outubro, é o menor desde 2020 – início da nova metodologia do Caged. Em outubro de 2023, foram criados 190.366 postos de trabalho.
Em entrevista coletiva, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, destacou que o aumento dos juros pelo Banco Central contribuiu para a desaceleração da geração de postos de trabalho com carteira assinada.
“Creio que o Banco Central não foi colaborativo nesse período de analisar completamente os indicadores macroeconômicos e compreender a necessidade de ajudar nas decisões [sobre os juros], para que a gente não perdesse o ritmo de crescimento”, criticou.
“De fato houve uma desaceleração do crescimento [do trabalho formal em outubro]. Uma desaceleração que a gente já tinha percebido em setembro”, comentou. “Porque quando se aumenta juro você aumenta as despesas do Estado e as despesas nos investimentos. Inibe investimento”, criticou Luiz Marinho, que espera que a nova composição BC “possa ter mais responsabilidade” com a questão do emprego.
Quanto ao estoque de trabalho, que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos, o Caged aponta que foram contabilizados 47.634.748 trabalhadores com carteira assinada em outubro de 2024, o que corresponde a uma alta de 0,28% em relação ao estoque do mês anterior.
Das cinco grandes categorias de atividade analisadas, três registraram saldos positivos: Serviços (+71.217 postos); Comércio (+44.297 postos) e Indústria (+23.729 postos) – um resultado puxado principalmente pela Indústria de Transformação (+23.800 postos). Por outro lado, houve redução de vagas formais na agropecuária (-5.757 postos) e na Construção (-767 postos).
Já o salário médio de admissão em outubro foi de R$ 2.153,18. Comparado ao mês anterior, houve uma redução real de R$ -18,96 no salário médio de admissão.
No acumulado de janeiro a outubro de 2024, ao todo, são 2.117.473 empregos criados no país, um resultado de 22.026.409 admissões e 19.908.936 desligamentos.
No acumulado dos 12 meses encerrados em outubro de 2024, o saldo alcançou 1.787.839 postos de trabalho.