Milhares de israelenses, judeus e árabes, tomam as ruas para pedir acordo que liberte os prisioneiros
“Estamos aqui, milhares de judeus e árabes, exigindo o fim à guerra já”, proclamou, marchando na manifestação em Tel Aviv, deste sábado (30 de novembro), Alon Lee Green, líder do movimento “De Pé Juntos” que reúne judeus e árabes pela paz.
“Para alcançar a paz, deve haver um fim à ocupação israelense sobre terras palestinas, precisamos conquistar uma realidade onde sejamos todos iguais, todos seguros, todos vivendo com independência, todos livres”, prosseguiu Alon.
“Conclamamos, desde as ruas deste país, ao fim da guerra. Esta marcha é também uma resposta ao nefasto discurso do primeiro-ministro Netanyahau, que não nos dá esperança, não nos fornece nenhum horizonte de que cheguemos a viver em segurança aqui”, disse ainda Alon.
“Tudo que for ruim para os palestinos é ruim para os judeus. Nós sabemos que aqui vivem e sempre viverão nesta terra milhões de palestinos, vivem milhões de judeus na mesma terra. O que nós sentimos é que podemos viver aqui, sobreviver aqui. Esta é nossa determinação, nosso pleito, liberdade para todos, segurança para todos, igualdade para todos, independência para todos”.
“E, sim, nós acreditamos que, com o crescimento deste movimento, judeus e palestinos juntos conquistaremos estas necessárias condições”, finalizou Alon.
“Daqui a um mês serei chamado ao alistamento militar e me pergunto, como posso me comprometer com um país que não se compromete com seus cidadãos”, declarou Ofir, cujo irmão, Matan Angrest, está prisioneiro na Faixa de Gaza.
As marchas pelo cessar-fogo imediato atravessaram o país.
Na de Tel Aviv, falou também a mãe de Matan, Einav Zangauker, que se tornou uma das ativistas mais combativas contra a guerra comandada por Netanyahu.
“Meu filho, Matan, segue detido em Gaza, não sei se ele vai resistir a este inverno. Netanyahu não quer trazer os reféns de volta e acabar com a guerra porque precisa que ela continue para, assim, evitar o julgamento ao qual está sujeito”, declarou Einav.
O ato foi aberto por Jon e Raquel, pais de Hersh Goldberg-Polin, que perdeu a vida no cativeiro em Gaza. “Nós perdemos muitas vidas amadas. Há muitos parentes como nós que perderam suas crianças. Eu rezo e peço que cheguemos a uma condição em que tenhamos líderes que nos vejam, nos escutem, que nos amem, que amem nossa nação”.
Dirigindo-se aos prisioneiros e seus pais, Raquel disse ainda: “Aos nossos amados detidos, saibam que todos aqui os amam, se importam com vocês, permaneçam fortes, sobrevivam’.