Na contra-ofensiva das Forças Armadas Sírias, com apoio da Rússia, já foram mortos 1.000 terroristas nas primeiras 72 horas de combate, afirma Comando Geral sírio
A embaixada da Síria em Brasília denunciou em nota que o ataque terrorista de amplo espectro” encabeçado pela ‘Frente Al Nusra’/‘Forças de Libertação Sírias’, que rompeu a trégua em vigor sob o chamado processo de Astana e teve como alvo a cidade de Aleppo e outras localidades, com apoio de milhares de terroristas estrangeiros equipados com armas, drones e ‘suporte técnico’, não seria possível “sem o sinal verde de seus patrocinadores” e “apoio externo multifacetado”.
A nota acrescenta que esse ataque terrorista “coincide, de forma suspeita, com as agressões da entidade israelense contra os territórios da Síria” e se insere “no contexto do plano sionista de espalhar o caos na região e cumprir com os seus objetivos de desestabilizar a sua segurança e estabilidade”.
A mensagem da embaixada conclama, ainda, a que “sejam apoiados os esforços do Estado sírio em defender a sua segurança, a sua estabilidade, a defesa de seus cidadãos, a manutenção de sua unidade e integridade territorial e a ampla condenação deste ataque terrorista”.
O reagrupamento das forças sírias barrou em Hama, a 80 km ao sul de Aleppo, o caminho aos terroristas, enquanto a aviação russa e a aviação síria seguem bombardeando concentrações de extremistas e instalações. Segundo a mídia, 1000 terroristas foram mortos em 72 horas.
No campo diplomático, Rússia, Irã e China se pronunciaram em defesa da soberania, da unidade e da integridade territorial da Síria. O presidente Vladimir Putin conversou pelo telefone com o presidente iraniano Masoud Pezeshkian, acertando a intensificação do respaldo ao governo Assad.
Rússia e Irã também estão realizando esforços para a reativação do mecanismo de Astana Rússia-Irã-Turquia de apoio à Síria. Milícias iraquianas cruzaram a fronteira para socorrer os irmãos sírios do ataque terrorista.
O porta-voz da chancelaria em Pequim, Lin Jian, reiterou que a China “apoia os esforços da Síria para manter a sua segurança e estabilidade nacional”, na sequência da ofensiva lançada na semana passada por grupos terroristas. Ele acrescentou que a China “como país amigo da Síria” está “disposta a fazer esforços positivos para evitar uma maior deterioração da situação” no país árabe.
No final de semana, em telefonema com o presidente dos Emirados Árabes Unidos, sheik Mohammed bin Zayed, o presidente Bashar Al Assad afirmou que a Síria “vai derrotar e destruir os bandos terroristas”, com a ajuda “de seus aliados e amigos”.
A seguir, na íntegra, a nota da Embaixada da República Árabe da Síria em Brasília.
O norte da Síria foi alvo de um ataque terrorista de amplo espectro e, neste sentido, assinalamos o seguinte:
1 – Em 27 de outubro de 2024, grupos terroristas liderados pela Frente al Nusra/ Forças de Libertação da Síria terrorista, classificada pelo Conselho de Segurança da ONU como organização terrorista, perpetrou um ataque terrorista de vários eixos que teve como alvo localidades das províncias de Idleb e Aleppo, com o objetivo de ocupar a cidade de Aleppo e controlar partes da estrada internacional M5, com o apoio de milhares de guerrilheiros terroristas estrangeiros, equipados com armas e equipamentos militares, especialmente drones, além do suporte técnico que os possibilitou de realizar este ataque de amplo espectro. 2 – A perpetração deste tipo de grande ataque organizado não seria possível sem um sinal verde de seus patrocinadores, especialmente os patrocinadores regionais, e sem o apoio externo multifacetado dado a estes terroristas, visto que existem muitas provas e indícios que o provam.
3 – Este ataque terrorista, onde os seus executores seguem uma ideologia terrorista, resultou em ameaças aos civis desarmados, a interrupção dos meios de vida em Aleppo e numa grande onda de deslocamentos de seus habitantes para fora da cidade e para outras localidades da Síria.
4 – O Exército Árabe Sírio, partido de seu zelo pelas vidas dos civis, evitou que estes fossem atingidos ao realizar operações de retomada da área, reforçando a sua presença militar e dando continuidade em cumprir com o seu dever nacional em enfrentar as organizações terroristas na Síria e libertá-la totalmente desta presença terrorista, atuando para garantir a retomada da autoridade do Estado e do estado de direito sobre todas as terras nacionais da Síria.
5 – Este ataque terrorista que coincide, de forma suspeita e desmascarada, perpetrado pela Frente al Nusra / Forças de Libertação da Síria, com as agressões da entidade israelense contra os territórios da Síria, confirmam que ele se insere no contexto do plano sionista de espalhar o caos na região e cumprir com os seus objetivos de desestabilizar a sua segurança e estabilidade.
6 – A Síria conclama para que sejam apoiados os esforços do Estado sírio em defender a sua segurança, a sua estabilidade, a defesa de seus cidadãos, a manutenção de sua unidade e integridade territorial e a ampla condenação deste ataque terrorista.
7 – Este ataque terrorista configura uma flagrante violação das resoluções da Organização das Nações Unidas e do Conselho de Segurança relativas ao combate ao terrorismo, assim como aos acordos para diminuir a escalada, adotada pelo Caminho de Astana, que afirmou em sua declaração final o compromisso com a soberania da República Árabe da Síria, com a sua independência, sua integridade e unidade territorial e a continuidade das ações para combater o terrorismo em todas as suas formas e manifestações.
8 – A Síria responsabiliza os países apoiadores a estas organizações terroristas e entidades ligadas a elas de forma total por este ataque, por suas repercussões e exige que sejam feitas pressões sobre estes apoiadores para que cumpram com as resoluções do Conselho de Segurança relativas ao combate ao terrorismo e a enfrentar o fenômeno dos guerrilheiros terroristas estrangeiros e a cumprir com a estratégia mundial das Nações Unidas para o combate ao terrorismo