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Para o Diretório Nacional da legenda, presidente do BC é um “serviçal do sistema financeiro”
O Diretório Nacional do PT aprovou, neste sábado (7), uma resolução denunciando que o presidente do Banco Central, Campos Neto, é um “serviçal do sistema financeiro” que atua diretamente para sabotar o governo Lula.
O documento foi aprovado por 42 a 38 votos.
O texto, que será divulgado na íntegra pelo PT ainda no final de semana, exalta a queda do desemprego, que está em seu menor nível na série histórica com 6,2%, e da pobreza no país.
O PT critica a política de juros altas praticada pelo Banco Central, presidido pelo bolsonarista Roberto Campos Neto, apontando que “toda a cadeia produtiva corre o risco de retroceder em relação aos seus excelentes resultados dos últimos 10 meses”.
Para o partido de Lula, o mercado financeiro reage com ataques no preço do dólar às políticas do governo que beneficiam a população mais pobre do país.
“Especuladores promoveram a maior alta do dólar na história (…) O método é claro: os especuladores agiram após ficarem sabendo que as medidas ficais do governo incluíam a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais. Trata-se de uma manobra claramente política para debilitar o governo e impedi-lo de continuar avançando no caminho do desenvolvimento e da justiça social”.
“A sociedade civil precisa manter-se vigilante e enfrentar as artimanhas da Faria Lima que visam minar conquistas econômicas e sociais por meio da especulação”, disse o PT.
O documento aprovado pelo Diretório Nacional ainda critica e pede uma reformulação da comunicação do governo Lula. “Lula faz um ótimo governo que precisa apenas ajustar o modo de comunicar e informar o seu povo”, argumenta a legenda.
As políticas sociais “não estão se traduzindo em aumento de popularidade de Lula e de sua gestão”.
Lula “não deve abrir mão dos instrumentos de comunicação de que dispõe. A utilização de transmissões em cadeia nacional de rádio e TV deveria ser uma constante nas atividades da Presidência e dos ministros e ministras que integram pastas cruciais, e não uma estratégia limitada a datas como o 7 de setembro”.
CORTES
A resolução faz, ainda, um alerta para o risco de corte no Benefício de Prestação Continuada (BPC) caso seja aprovada as medidas fiscais propostas pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad.
O BPC prevê o pagamento de um salário mínimo por mês a idosos de baixa renda e portadores de deficiência.
“Ainda sobre as medidas de contenção do crescimento da despesa, o PT recomenda a nossas bancadas que avaliem com profundidade e debatam com o governo os impactos da proposta que envolve o BPC, de forma que ela venha a incidir sobre eventuais desvios e fraudes ao sistema, preservando integralmente os direitos estabelecidos na constituição”, afirma a emenda incluída por sugestão da presidente do PT, Gleisi Hoffman.
No encontro, um texto sobre os cortes foi rejeitado, mas recebeu 38 votos, quase metade dos membros presentes.
O texto dizia: “Ao passo que o governo acerta na isenção do IR, a parte que impacta no BPC e no aumento real do salário mínimo é um grave equívoco, um prejuízo para os mais pobres em um momento que é fundamental não sangrar ainda mais a nossa base social. Desde de o arcabouço fiscal seguimos afirmando que essa agenda econômica não possibilitará que nosso governo atenda os anseios que nos levaram a derrotar o bolsonarismo nas urnas em 2022. Não será possível uma solução que agrade ao mercado e a nossa base”.
A presidente do PT foi questionada pela imprensa se as medidas do governo trazem riscos de corte de direitos.
“Há preocupações, sim, principalmente em relação ao BPC. Várias pessoas colocaram a preocupação. É importante que as medidas em relação ao BPC sejam medidas para corrigir fraudes, desvios, mas não para retiradas de direitos previstos na Constituição”, defendeu Gleisi.
A sigla discutiu questões organizativas e definiu que a eleição do novo presidente da legenda acontecerá no dia 6 de julho. O prefeito de Araraquara, Edinho Silva, é o preferido para substituir Gleisi Hoffmann.
SEMINÁRIO
Na quinta (5) e sexta-feira (6), o partido realizou o seminário “A realidade brasileira e os desafios do Partido dos Trabalhadores”, ocorrido com organização da legenda e da Fundação Perseu Abramo (FPA).
No encerramento do seminário, o presidente Lula entrou ao vivo, por meio de videoconferência, para falar com a militância petista. Ele chegou a ler trechos do Manifesto do PT durante sua fala e pediu que fossem revisitadas as razões que levaram à criação do partido, na década de 1980.
O PT não tem nada a ver com o Bco Central, o que precisa é o Lula parar de gastar aquilo que não tem
Parece até que o governo gasta muito. Até outubro, o BC, só em juros, tinha gasto R$ 869 bilhões em dinheiro público (conta de 12 meses). Esse dinheiro foi entregue aos bancos, em troca de nada. E aí o problema é que o Lula está gastando demais??!!