Foram indicados Nilton Schneider, chefe de Tesouraria do Bradesco, Izabela Correa e Gilneu Astolfi, servidores de carreira do Banco Central
O Senado aprovou a indicação de mais três nomes indicados pelo governo Lula para a diretoria do Banco Central (BC). Nilton José Schneider David, Izabela Moreira Correa e Gilneu Francisco Astolfi Vivan vão assumir as diretorias de Política Monetária, de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta e de Regulação, respectivamente, a partir do dia 1º de janeiro por um mandato de quatro anos.
Os nomes foram aprovados em plenário, na terça-feira (10), após sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa. Aos senadores, eles disseram que estarão comprometidos, à frente do BC, com o controle da inflação.
Nilton David, chefe de Operações de Tesouraria do Bradesco, com passagens pelo Citigroup e Goldman Sachs, ocupará o cargo de diretor de Política Monetária – hoje sob o comando de Gabriel Galípolo, que assume a presidência do BC a partir de primeiro de janeiro de 2025.
NILTON SCHNEIDER
De acordo com o Senado, desde 2019, Nilton José Schneider David é chefe de operações de Tesouraria do Banco Bradesco, desde 2019, sendo gestor de equipes que realizam operações com diversos índices e ativos financeiros, em São Paulo, Nova York e na Europa. Graduado em engenharia de produção pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) em 1994, trabalhou em diversas instituições financeiras no Brasil e no exterior.
De 1995 a 2000, foi operador do Citibank, passando por São Paulo, Londres, México e Nova York, no qual trabalhava com modelos de precificação de vários produtos financeiros. De 2000 a 2002, atuou no Goldman Sachs, também em Nova York. Entre 2003 e 2012, voltou a trabalhar no Citibank, sendo responsável pela gestão de equipe que executava operações com moedas e derivativos de moedas em Cingapura, Londres, Nova York, México e São Paulo.
De 2013 e 2016, foi sócio e gestor de investimentos na Canvas Capital. De 2016 a 2019, trabalhou no Morgan Stanley em São Paulo e no México. Na mensagem enviada ao Senado, Nilton David declara ainda que sua esposa trabalha no Citibank desde 2014.
IZABELA CORREA
Graduada em administração pública pela Fundação João Pinheiro (FJP) em 2003, Izabela Correa tem mestrado em ciência política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), doutorado em governo pela London School of Economics and Political Science e pesquisa de pós-doutorado pela escola de governo da Universidade de Oxford. No campo acadêmico, foi professora de gestão pública e políticas públicas no Insper.
Em relação à trajetória profissional, trabalhou de 2006 a 2012 na Controladoria-Geral da União (CGU) e no Banco Central assumir várias chefias, como chefe-adjunta da Secretaria do Conselho Monetário Nacional, chefe do Escritório de Relações Institucionais na Secretaria de Governança da Secretaria-Executiva e assessora sênior no Gabinete da Diretoria de Relações Institucionais, Cidadania e Supervisão de Conduta.
GILNEU VIVAN
Nascido no Rio Grande do Sul, Gilneu Astolfi, tem bacharelado em economia (1992) e especialização em gestão financeira (1998) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em 2003, concluiu o mestrado em gestão econômica de negócios pela Universidade de Brasília.
Trabalhou no Unibanco em 1985 e 1986, e na Caixa Econômica Federal de 1989 a 1994. Em 1994, ingressou na carreira de analista do Banco Central do Brasil, onde foi responsável, durante 11 anos, pelo monitoramento da estabilidade financeira do Sistema Financeiro Nacional. Atualmente é responsável pelo departamento da regulação do Sistema Financeiro Nacional.
COPOM
A partir do ano que vem, a diretoria do BC terá, ao todo, sete cargos que foram indicados pelo presidente Lula. Os quatro diretores que já desempenham suas funções na autoridade monetária são: Gabriel Galípolo, Paulo Picchetti, Rodrigo Alves e Aílton Santos.
Desta forma, o governo Lula formará a maioria nas decisões no Comitê de Política Monetária (Copom), colegiado responsável por definir a taxa básica de juros da economia (Selic). O Copom é composto por 9 diretores, sendo um deles, o presidente.
Para o próximo ano, o Copom ainda contará com a presença de diretores que foram indicados por Bolsonaro: Renato Dias de Brito Gomes (Organização do Sistema Financeiro e Resolução) e Diogo Abry Guillen (Política Econômica), cujos mandatos se encerram no final de dezembro de 2025.