“Influencia as decisões de consumo da população, além de impactar os investimentos das empresas, principalmente dos pequenos negócios”, crítica Décio Lima
O presidente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Décio Lima, afirmou que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de elevar a taxa de juros básica da economia (Selic) em 1 ponto percentual, de 11,25% para 12,25% ao ano, vai prejudicar diretamente os custos de empréstimos e financiamentos aos pequenos negócios.
Com a decisão do BC, o Brasil volta a ocupar a posição do segundo maior juro real (descontada a inflação) do mundo, travando os investimentos, a geração de empregos e o consumo das famílias. Além de aumentar a taxa básica da economia (Selic) em 1 ponto percentual, nesta quarta-feira (11), o Copom garantiu aos bancos mais dois aumentos na Selic de 1 ponto percentual, elevando os juros para 14,25% em 19 de março de 2025, provocando uma recessão no país.
“Isso [o aumento dos juros] influencia as decisões de consumo da população, além de impactar os investimentos das empresas, principalmente dos pequenos negócios”, crítica Décio Lima, ao comentar que a decisão do BC “vai na contramão de outros indicadores positivos da economia brasileira” e “o mais recente resultado do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que recuou para 0,83% na primeira prévia de dezembro, após alta de 0,99% no mês de novembro”.
Segundo um levantamento feito pelo Sebrae, com base em dados do BC, divulgado em junho deste ano, a taxa de juros em empréstimo para um microempreendedor individual (MEI) chegava a 44% ao ano, na média nacional, quatro vezes maior que a Selic da época.
Lima afirmou, também, que “uma economia não é feita só de números, mas de comportamento. É preciso prestar muita atenção aos sinais do mercado, no aquecimento das vendas e na queda do preço de produtos e serviços para fazer uma decisão justa para a população brasileira”.