A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) defendeu no domingo (15) que as investigações em torno da denúncia de que o “pessoal do agronegócio” financiou a tentativa de golpe em 2022 identifiquem os responsáveis e sejam “punidos com o máximo rigor da lei”.
Segundo a Frente, são “ações isoladas” os financiamentos da tentativa de golpe que previa assassinatos do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alkmin e do ministro do Supremo, Alexandre de Moraes.
“É inadmissível que ações isoladas sejam usadas para generalizar e comprometer a imagem de um setor econômico composto por mais de 6 milhões de produtores e que desempenha papel fundamental no desenvolvimento do país”, defendeu a Frente em declaração para o jornal Folha de S.Paulo.
O grupo cobrou que “os responsáveis sejam identificados e punidos com o máximo rigor da lei, independentemente da atividade econômica de eventuais envolvidos”. Pede ainda que as investigações sejam conduzidas “de forma legal, transparente, equilibrada e em estrita observância ao que determina a Constituição Federal”.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) reúne 340 deputados federais e senadores e representa o setor ruralista no Congresso. Ela é presidida pelo deputado Pedro Lupion (PP-PR). O vice-presidente no Senado é Zequinha Marinho (Podemos-PA) e o vice na Câmara é o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP).
Em sua decisão que autorizou a prisão do general da reserva Braga Netto, no sábado (14), o ministro do STF, Alexandre de Moraes, descreve que o ex-ministro de Bolsonaro providenciou recursos para o plano de matar, em 2022, o presidente eleito, Lula (PT), seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e o próprio Moraes.
Segundo Moraes, o depoimento do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, de 21 de novembro, e os documentos obtidos na investigação indicam que “foi Walter Braga Netto quem obteve e entregou os recursos necessários para a organização e execução da operação ‘Punhal Verde e Amarelo’ — evento ‘Copa 2022′”.
O “Plano Punhal Verde Amarelo”, apreendido com o general Mário Fernandes, previa matar as autoridades. O “evento Copa 2022” era a operação para sequestrar e matar Moraes no dia 15 de dezembro de 2022, de acordo com a PF.
O depoimento de Mauro Cid revela que o tenente-coronel Rafael de Oliveira se encontrou com Braga Netto e, na ocasião, o general teria entregado a Oliveira dinheiro em espécie, guardado em uma embalagem de vinho, para a “realização da operação”.
Os valores, ainda segundo depoimento de Cid, teriam sido obtidos com o “pessoal do agronegócio”.