A Polícia Federal avalia que o dinheiro em espécie utilizado pelos militares do plano “Punhal Verde e Amarelo” na compra de um celular de R$ 2,5 mil e a recarga de cinco chips pode ter sido o mesmo que foi repassado pelo general bolsonarista Walter Souza Braga Netto.
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, contou em sua colaboração premiada que Braga Netto repassou para o grupo, que estava planejando assassinar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, dinheiro dentro de uma embalagem de vinho.
O dinheiro, contou, “havia sido obtido junto ao pessoal do agronegócio”.
O então major Rafael de Oliveira, identificado como um dos membros da quadrilha golpista, teve conversas com Mauro Cid e falou que o grupo precisava de R$ 100 mil para realizar os assassinatos.
Mais tarde, em uma reunião com Braga Netto, Rafael recebeu esse dinheiro escondido dentro da embalagem de vinho.
A PF identificou que Rafael de Oliveira usou, em dezembro de 2022, R$ 2,5 mil em dinheiro vivo para comprar um iPhone 12. Esse aparelho seria utilizado para operacionalizar os assassinatos.
Além disso, dinheiro vivo foi usado para recarregar os créditos dos cinco chips de celular que foram comprados somente para os assassinatos.
A investigação encontrou, ainda, provas de que Rafael de Oliveira tentou esconder sua identidade utilizando dados que roubou de outra pessoa em um acidente de carro.
Após o acidente, Rafael tirou foto do documento da outra pessoa envolvida, chamada Lafaiete Teixeira, para utilizar seus dados na operação criminosa.
Os dedos de Rafael que aparecem segurando o documento foram suficientes para a PF, utilizando métodos para comparar as digitais, comprovar que realmente era o militar bolsonarista.
No plano “Punhal Verde e Amarelo” o grupo já havia organizado as demandas de “reconhecimento” das vítimas, como “locais de frequência e estadia”, “itinerários”, “agendas oficial e pessoal”, além dos materiais, como armamentos, explosivos e veículos necessários para realização dos assassinatos.
De acordo com a PF, o grupo se dirigiu às ruas de Brasília e se posicionou perto da casa de Alexandre de Moraes no dia 15 de dezembro de 2022, mas o plano foi abortado na última hora.