Segundo o instituto, o apoio ao regime democrático é menor entre as camadas mais pobres da população
A pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (18) mostrou que o apoio à democracia continua amplo, com 69% dos brasileiros afirmando preferir este regime de governo.
Em relação à pesquisa anterior, realizada em 2022, houve queda de 10 pontos percentuais. 79% diziam que a democracia era o melhor para o país, em outubro daquele ano. Foi o maior patamar já registrado pelo instituto desde 1989, ano da primeira eleição direta para presidente após o fim da ditadura.
Em 2022, só 5% afirmavam que um regime ditatorial era aceitável sob certas circunstâncias. O número agora é de 8%.
A pesquisa Datafolha foi realizada nos dias 12 e 13 de dezembro, com 2.002 eleitores em 113 municípios de todas as regiões do país. O levantamento possui margem de erro de dois pontos percentuais.
O levantamento aponta ainda que o apoio à democracia é maior nas faixas mais escolarizadas e mais abastadas da população. Os percentuais chegam a 87% entre os que cursaram o ensino superior e a 80% no grupo que recebe mensalmente valores acima de cinco salários mínimos.
As taxas caem para 56% entre os eleitores que só frequentaram a escola até o ensino fundamental, e a 61% na parcela de brasileiros que ganha até dois salários mínimos por mês. Além disso, homens apoiam mais a democracia (74%) do que mulheres (64%).
Segundo a pesquisa, a maioria rejeita o retorno de uma ditadura. Para 52% dos entrevistados, essa hipótese está fora de cogitação, enquanto 21% acreditam que há uma pequena chance de isso ocorrer, e outros 21% enxergam uma grande possibilidade.
Sobre os recentes episódios de tentativa de golpe bolsonarista, o levantamento revela que 68% dos brasileiros acreditam que houve risco de golpe durante o período investigado pela Polícia Federal, compreendido entre a derrota de Jair Bolsonaro para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno de 2022, e a posse do petista para seu terceiro mandato.
43% consideram que o risco foi grande, 17% viram um perigo médio e 8% avaliam como pequeno. Por outro lado, 25% não acreditam que tenha havido essa possibilidade, enquanto 7% não souberam opinar.